INTRODUÇÃO: A saúde no trabalho é algo que vem sendo discutida com mais ênfase desde a implantação da Política Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador no Brasil. Anualmente, centenas de trabalhadores ainda sofrem com condições laborais inadequadas e ausência de assistência apropriada que previna os danos ocupacionais. A atuação de uma equipe multiprofissional é ideal para que o cuidado integral no âmbito da saúde do trabalho seja colocado em prática, permitindo assim, a obtenção de uma assistência contínua e eficaz. OBJETIVO: Identificar a importância da interdisciplinaridade na prevenção de riscos e promoção de medidas que visem a melhoria da saúde do trabalhador. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão sistemática realizada nos meses de abril e maio de 2012, quando foram levantados dados da literatura pertinente a partir das bases de dados LILACS, SCIELO e BVS. RESULTADOS: As ações direcionadas à saúde do trabalhador requerem profissionais que devem conhecer e compreender as atribuições gerais e específicas de cada um. Pesquisas revelam que existem dois tipos de equipe: a básica, constituindo-se por enfermeiro, médico e engenheiro, ambos com especialização na área, e ainda os técnicos de enfermagem e de segurança do trabalho; e a auxiliar, podendo ser composta por fonoaudiólogo, psicólogo, nutricionista, fisioterapeuta, educador físico e até mesmo o odontólogo. Entretanto, o reconhecimento da interdisciplinaridade ainda é bastante escasso, configurando-se como um desafio, o que reflete negativamente no desenvolvimento de um atendimento de qualidade e minimiza a probabilidade de conscientização do trabalhador acerca dos fatores de risco nos quais estão expostos no âmbito laboral. Além disso, a ausência de interesse por parte dos empregadores em admitir profissionais capacitados para assistir essa demanda em particular, suscita ainda mais o senso de individualismo e a rivalidade das competências inerentes aos profissionais. CONCLUSÃO: A presença de diversas profissões em uma equipe que visa à saúde do trabalhador possibilita que todas exerçam suas funções, abrangendo ações distintas, que beneficiam o trabalhador em sua totalidade, todavia, na maioria das vezes, não assegura a prática da interdisciplinaridade. Na verdade, é preciso que o holismo torne-se a base do cuidado nesse campo, uma vez que jamais se deve dissociar o ser trabalhador do meio social, das suas peculiaridades e, sobretudo, da suscetibilidade deste ao processo saúde-doença-trabalho.