A internação provoca uma série de reações nas crianças, onde o papel de ser criança é sufocado pelas rotinas e práticas hospitalares que tratam a criança como paciente, sendo aquele que inspira e necessita de cuidados médicos, que precisa ficar imobilizado e que parece alheio aos acontecimentos ao seu redor. Nesta perspectiva, a vivência lúdica é fundamental para a criança, pois representa um espaço para o seu reconhecimento enquanto sujeito que decide, tem autonomia, repensa ações, aprende a respeitar as regras construídas coletivamente pelo grupo, avalia e busca alternativas críticas e criativas para os problemas que surgem no cotidiano. O projeto teve como objetivo proporcionar atividades lúdicas às crianças da clínica pediátrica do Hospital Regional de Coari, verificar os anseios e medos dos pais quanto à hospitalização dos filhos. O projeto foi desenvolvido no período de fevereiro a maio de 2012, com a participação dos acadêmicos do curso de enfermagem, por meio da realização de reuniões semanais destinadas ao planejamento, organização e avaliação do trabalho e discussões de assuntos envolvendo o lúdico, a criança e o ambiente hospitalar. O público alvo foram crianças, mas buscou-se alcançar pais e profissionais da referida clínica. As crianças foram estimuladas pelos acadêmicos a participarem da (re)construção de vivências lúdicas, envolvendo-se na construção de diferentes brinquedos, brincadeiras, jogos, pinturas, desenhos e outros, utilizando recursos como: data show, vídeos, músicas, papel, tinta, tesoura, pincéis, brinquedos de acordo com a idade, bonecos, dramatização realizadas pelos acadêmicos, uso de fantoches, dados, jogos, danças. Houve um momento de conversa com os pais, onde os mesmos puderam esclarecer suas dúvidas, medos, anseios referentes a hospitalização de seus filhos, com a participação do psicólogo do hospital e outros profissionais da equipe de saúde. Os resultados foram satisfatórios do público infantil: crianças deprimidas e apáticas esforçaram-se para participar das atividades, voltaram a liberar o sorriso, encontraram forças para superação do processo patológico. Os pais passaram a entender o processo de hospitalização de seus filhos, encontrando nos grupos de conversa uma ajuda para aliviar seus anseios e medos. Logo, a vivência lúdica torna-se de grande relevância no ambiente hospitalar para a criança, pois minimiza os efeitos estressantes decorrentes da hospitalização.