O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é um quadro psiquiátrico caracterizado pela presença de obsessões e compulsões. Sua prevalência é de aproximadamente 2% a 3% na população geral. Objetivou-se descrever a sistematização da assistência de enfermagem a uma usuária com TOC. Trata-se de um relato de experiência de acadêmicos de enfermagem, realizado em outubro de 2011, durante as atividades teóricas e práticas da disciplina Enfermagem Psiquiátrica, do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Campina Grande, Campus Cajazeiras - PB. Realizou-se o processo de enfermagem, como instrumento de cuidado implementado a uma idosa usuária do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Quando da realização da prática da disciplina os discentes sob a supervisão da docente realizaram o acompanhamento da usuária avaliando seu desempenho nas atividades de oficinas terapêuticas e educativas desenvolvidas pelo CAPS. Além disso, foi consultado o prontuário da usuária como forma de conhecer sua história clínica e familiar, como também foi realizada uma visita domiciliária (VD). A VD possibilitou a constatação "in loco" do contexto domiciliar do idoso e de sua família. Os dados foram analisados à luz da literatura pertinente ao tema. Os resultados evidenciaram que a usuária de 67 anos tinha histórico de TOC relacionado à morte dos pais, desenvolvendo um quadro de ansiedade grave com apresentação de náuseas e vômitos. Naquela oportunidade foi encaminhada para internação em um hospital psiquiátrico, e, posteriormente, para tratamento no CAPS. No momento da VD, apesar da agitação da usuária em relação a sua organização e limpeza compulsiva caracterizada, principalmente, pela obsessão em lavar as mãos e manter tudo em ordem, constatou-se que a mesma conseguia viver com certa autonomia, desenvolvia algumas atividades de vida diária e vinha se beneficiando com as atividades terapêuticas do serviço. Algumas tecnologias de cuidado como vínculo, acolhimento e escuta foram implementadas pelos discentes, contribuindo, possivelmente, na reabilitação psicossocial da usuária. Considera-se que essa vivência possibilitou aos discentes um aprendizado importante quanto às competências, habilidades e atitudes na atenção a pessoa em sofrimento mental, visando à integralidade da atenção na busca de uma melhor qualidade de vida para aqueles usuários que freqüentam o CAPS.