Introdução: Pacientes acometidos pela hanseníase, principalmente aqueles em estado avançado da doença e que apresentam deformidades físicas, demonstram algumas reações emocionais que influenciam negativamente as atitudes no seu cotidiano, como sentimentos de humilhação, culpa, medo, mágoa, inutilidade, solidão e inferioridade. Além desses aspectos, a sexualidade, como uma das muitas formas de demonstração de afeto, também se torna prejudicada. Objetivo: compreender a sexualidade de mulheres portadoras de hanseníase. Metodologia: estudo exploratório e descritivo, com abordagem qualitativa, desenvolvido a nível domiciliar de oito portadoras de hanseníase cadastradas nas unidades de saúde residentes no município de Cajazeiras, localizado no Alto-Sertão Paraibano. Como instrumento para a coleta de dados foi realizada uma entrevista guiada por meio de um roteiro estruturado, contendo dados de caracterização da amostra, bem como de questões mais específicas que integram o tema da pesquisa. As narrativas foram coletadas nos meses de maio e junho de 2011 e analisadas de acordo com a técnica de análise de conteúdo proposta por Bardin (2009). A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) com parecer nº 0181.0.133.000-11. Resultados: Verificou-se que para as mulheres, é difícil falar sobre hanseníase, sexualidade e como é sua vida afetiva e sexual. Para algumas, seu cotidiano mudou bastante após o diagnóstico da doença. No entanto, percebeu-se que, devido à quantidade de informações divulgadas atualmente sobre essa doença, as pessoas estão cada vez mais bem informadas de como realmente ocorre sua transmissão, fazendo com que o medo em contrair a doença não gere mais antigos preconceitos. Algumas pessoas ainda têm receio em falar como vêem a doença e como passam a se relacionar com amigos e familiares. Foi possível concluir que tais relacionamentos não mudaram para as participantes desta pesquisa. Conclusão: Percebe-se a importância dos profissionais de saúde estar constantemente atualizados e preparados para lidar com todos os problemas advindos da hanseníase, atentando para todas as dúvidas que estes possam ter, incluindo as incertezas sobre como será sua vida afetiva e sexual, mostrando que falar em sexualidade é algo que não deve gerar constrangimentos e deve ser debatido dentro e fora das unidades básicas de saúde.