Diante das limitações do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e Sistema de Informação Hospitalar (SIH) do Sistema Único de Saúde (SUS) em descrever as características apenas dos casos violentos cujo desfecho tenha sido o óbito ou a internação o Ministério da Saúde implantou, em 2006, o Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA) (BRASIL, 2011). O mesmo tem a finalidade de viabilizar a obtenção de dados e divulgação de informações sobre violências e acidentes, o que possibilitará conhecer a magnitude desses graves problemas de saúde pública. O VIVA foi estruturado em dois componentes: 1) vigilância contínua de violência doméstica, sexual, e/ou outras violências interpessoais e autoprovocadas (VIVA Contínuo); e 2) vigilância sentinela de violências e acidentes em emergências hospitalares (VIVA Sentinela) . Em 2009 o projeto foi expandido a todas as capitais e o Distrito Federal, dentre elas cabe ressaltar que Natal realizou seu inquérito no período de outubro a dezembro deste ano, no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel. O presente tem como objetivo realizar um relato de experiência sobre o trabalho de uma entrevistadora no VIVA. Trata-se de um relato de experiência realizada por uma acadêmica de enfermagem enquanto entrevistadora do VIVA em Natal, no período em questão, no qual foram realizadas 1.500 entrevistas. Para a realização dos inquéritos foi realizada, inicialmente, duas capacitações para os entrevistadores, os quais foram distribuídos em cinco equipes formadas por três integrantes, sendo um coordenador e dois entrevistadores. O trabalho do entrevistador era colher dados das vítimas ou familiares preenchendo a ficha de vigilância de violência e acidentes em serviços sentinelas de urgência e emergência – VIVA inquérito 2009. Foi possível realizar todas as entrevistas previstas e os resultados foram enviados ao Ministério de Saúde. O VIVA tem grande relevância para acompanhar o perfil epidemiológico das vítimas de violência e acidentes, identificar fatores associados à ocorrência desses eventos, monitorar os serviços e o sistema de saúde, bem como servir de alerta aos profissionais da saúde a respeito da possível ocorrência de agravos preveníveis, incapacidades ou de óbitos possivelmente associados à má qualidade de serviços ou das intervenções.