Introdução: A preocupação em relação ao desperdício energético por mecanismos de termogênese e termoconservação compensatórios ao desprendimento térmico para o ambiente per banho, com subsequente incremento no consumo de oxigênio, pode ser um fator de risco ao cliente em estado crítico. Compreender este processo é fundamental para reduzir gastos, otimizar o tratamento, recuperação do cliente e emprego adequado dos cuidados. Objetivo: Compreender o impacto oxi-hemodinâmico da dispersão energética durante o banho no leito do usuário em estado crítico, utilizando uma interface entre os aspectos bioenergéticos, bioquímicos e oxi-hemodinâmicos envolvidos. Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura, com abordagem qualitativa, na qual se incluíram livros-textos da área de conhecimento correspondente à biofísica da termodinâmica e bioenergética; bioquímica celular da gênese de bioenergia e fisiologia humana da termogênese, termoconservação e oxi-hemodinâmica. Donde se utilizou uma amostra de conveniência que contemplasse o objetivo do estudo. Resultados/discussão: Um homem de 1,75 m2 de superfície e 76 Kg de massa em repouso perde calor na ordem de 1,7 kcal/min ou 120W . Durante o banho o indivíduo ultrapassa a taxa metabólica basal (TMB), variando o trabalho externo realizado pelo corpo (ΔW) e quantidade de calor trocada com o ambiente (ΔQ) e, por conseguinte na variação da energia interna (ΔE)(1). A velocidade da respiração nas mitocôndrias (consumo de oxigênio) é regulada de forma rígida e proporcional à necessidade de energia (5). logo, quão maior ΔE maior necessidade de oxigênio. A exposição ao frio causa vasoconstrição periférica generalizada(6), aumentando o trabalho miocárdico. Na hipotermia o aumento da afinadade da hemoglobina pelo oxigênio(1) pode resultar na diminuição de sua oferta tecidual, um risco no suprimento da demanda energética miocárdica. Considerações Finais: Em um ambiente de baixa temperatura como uma UTI, a exposição da superfície corpórea e o esforço (ΔW) realizado na mobilização do cliente em estado crítico pode ter impacto hemodinâmico. Negligenciar este conhecimento e abrir mão de cuidados que minimizem e/ou impessam tal impacto tange a iatrogenia do cuidado e pode trazer repercussões drásticas face a instabilidade hemodinâmica, aumentando o tempo de recuperação, hospitalização na UTI ou até mesmo levar o cliente a óbito.