Introdução: O processo de doação de órgãos no Brasil tem sido objeto de um número crescente de discussões desde 1997 com a regulamentação da prática do transplante por meio da Lei n. 9.434/97 e seu Decreto 2.268. No entanto, no Brasil, a realidade mostra elevado número de recusas relacionados a este processo de doação de órgãos, principalmente quanto à não autorização da família do potencial doador em consentir a captação do(s) órgãos¹. Objetivo: Analisar os artigos com abordagem no processo de doação de órgãos no período de 2005 a 2010. Assim, elaborou-se a seguinte questão: Quais as evidências sobre o processo de doação de órgãos em que se enfatiza a compreensão por parte da família do potencial doador sobre essa temática? Metodologia: Pesquisa descritiva, desenvolvida por meio de uma revisão sistemática da literatura realizada no mês de junho de 2011, nas bases de dados eletrônicas, SCIELO e LILACS. Elegeu-se como critério de inclusão toda a produção bibliográfica sobre a temática publicada em forma de artigo em português e na língua estrangeira desde 2005 até 2010 que abordava sobre o processo de doação de órgãos enfatizando a compreensão da família do potencial doador frente a essa temática e que fosse identificado nos resumos o máximo de palavras-chaves selecionadas para a investigação. Para a avaliação dos trabalhos baseou-se na literatura do Cochrane Handbook, que recomenda: formulação da pergunta; localização e seleção dos estudos; avaliação crítica dos estudos; coleta de dados; análise e apresentação dos dados; interpretação dos dados; aprimoramento e atualização da revisão.2 Resultados: Encontraram-se 12 artigos cuja análise demonstrou que o diagnóstico de morte encefálica associado à solicitação de doação de órgãos, a falta de esclarecimento necessário sobre o processo de doação, incluindo o diagnóstico de morte encefálica e o tempo reduzido destinado à família para aceitar a morte do familiar, representam os principais entraves para o consentimento à doação de órgãos para transplante. Assim como a necessidade dos profissionais de saúde melhor assistirem essas famílias orientando-as sobre as etapas que compõem a doação de órgãos, iniciando do conceito de morte encefálica e a finalidade humanística de doar. Conclusão: Há necessidade de integração entre profissionais envolvidos no processo a fim de melhorar a qualidade da assistência ao potencial doador e à sua família, contribuindo para incrementar a doação de órgãos adequados para transplante.