O uso de substâncias psicoativas encontra-se inserido nas tradições socioculturais de muitas sociedades, sendo evidenciadas principalmente nas ultimas décadas com o aumento da freqüência dessas substâncias no mundo, em suas modalidades lícitas ou ilícitas. O consumo descontrolado de drogas tornou-se um problema de saúde pública, tendo em vista a alta prevalência e os danos causados por elas. A droga conhecida por crack é o ponto central nas discussões sobre o assunto no país. O desejo dos usuários é focado no consumo dessa droga de forma que sono, alimentação, afeto, senso de responsabilidade e sobrevivência perdem o significado e levam ao esgotamento físico, psíquico e financeiro. Esse consumo descontrolado da substância e os efeitos desastrosos causados por ela se expandiram em todo país. Entre os grupos de usuários em destaque, encontram-se mulheres que comercializam e fazem intercâmbio dos serviços sexuais por dinheiro ou qualquer outro bem - as prostitutas. Estas são conhecidas por diversas denominações e eufemismos que foram empregados na tentativa de suavizar o preconceito em torno dessa atividade. Frente à relevância da temática, o estudo tem como objetivo geral identificar as produções relacionadas ao consumo de crack por prostitutas e como específicos: destacar e analisar as implicações do consumo de crack na saúde das prostitutas. Foi realizado um estudo de revisão sobre o consumo de crack por mulheres prostitutas. Foi verificada a produção científica nas bases de dados MedLine, Lilacs, Scielo e Bireme no período de 2005 a 2010 através dos descritores: cocaína crack, prostituição e mulheres. Os resultados dos estudos evidenciam a alta prevalência do consumo de crack e outras drogas e sua relação com a atividade de prostituição. Estudo realizado recentemente envolvendo Estados brasileiros mostra que em todos ocorre prostituição para obtenção do crack e essa associação está entre os comportamentos de riscos mais freqüentes. Destaca-se ainda grande dificuldade dessas mulheres ao acesso aos serviços de saúde e o tratamento que os profissionais de saúde dispensam a essas mulheres. Diante dos estudos encontrados, mostra-se necessária a elaboração de ações e políticas públicas direcionadas para o consumo de crack entre prostitutas, visto que o consumo da droga é um problema de saúde publica, sendo o grupo de prostitutas um grupo vulnerável a diversos problemas de saúde e estigmatizado com o preconceito da sociedade e dos profissionais da área.