Introdução: O abortamento é uma realidade, devendo ser tratado como um problema de saúde pública e justiça social. As mulheres que vivenciam este processo sentem-se tristes, fragilizadas e culpadas, indicando o quanto o aborto pode trazer danos, representando uma experiência com riscos para a saúde física e mental. Portanto, merece a atenção da enfermagem, tanto para a solução dos problemas clínicos do abortamento, quanto para o sofrimento vivenciado por essas mulheres. Observa-se, portanto, a necessidade da realização de pesquisas que contemplem o cuidado prestado pela equipe de enfermagem a essa população, para que através do entendimento da realidade, obtenha-se uma assistência de saúde qualificada. Objetivos: Identificar a produção científica acerca do processo de abortamento, para a adoção de condutas adequadas frente a cada condição. Metodologia: Trata-se de uma revisão bibliográfica a partir de artigos retirados da base de dados da BVS a respeito dos cuidados de enfermagem à saúde da mulher em processo de abortamento. Resultados: A OMS define o abortamento como a interrupção da gestação antes da 20-22 semanas ou se a IG for desconhecida, com o produto da concepção pesando menos de 500g ou medindo menos de 16 cm. Pode ser precoce ou tardio, e ocorrer espontâneo ou provocado. Como fatores de risco para o abortamento espontâneo, podem ser destacados: idade materna avançada; paridade; abortamento prévio; tabagismo; alcoolismo; consumo de drogas ilícitas; índice de massa corpórea. O abortamento é classificado em diversos tipos: Abortamento Completo; Abortamento Inevitável e Incompleto; Abortamento Retido; Abortamento Infectado; Aborto Terapêutico; Abortamento Pós-estupro; Interrupção da gravidez em casos de malformação fetal grave ou incompatível com a vida. A equipe de enfermagem deve estar preparada para atuar de acordo com cada tipo de situação, visando uma assistência individualizada. Conclusão: A qualidade da atenção à saúde da mulher implica num trabalho integrado dos níveis gestores para a garantia de acolhimento, informação, aconselhamento, competência profissional, tecnologia apropriada disponível e relacionamento pessoal pautado no respeito à dignidade e aos direitos sexuais e reprodutivos. Só assim, poderemos empoderar as mulheres para a tomada de decisões futuras em relação a sua saúde, especialmente ao seu futuro reprodutivo. É necessária a formação de enfermeiros comprometidos e capacitados a uma atenção humanizada, integral e resolutiva.