Perceber o outro requer uma atitude profundamente humana. Reconhecer e promover a humanização, à luz de considerações éticas, demanda um esforço para rever, principalmente, atitudes e comportamentos dos profissionais envolvidos direta ou indiretamente no cuidado do paciente, o que também está enraizado no Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (CEPE). Na atual Constituição Federal, a humanização é respaldada no artigo primeiro, Inciso III, que assinala “a dignidade da pessoa humana” como um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito. Os direitos dos seres humanos nascem com os homens e, naturalmente, quando se fala de direitos da pessoa humana, pensa-se logo em sua integridade, dignidade, liberdade e saúde. Visando a magnitude da humanização na relação profissional/cliente, este trabalho objetivou ressaltar considerações éticas que necessitam fundamentar as ações de humanização, destacando a importância da dimensão humana nas relações profissionais, fundamental no campo interdisciplinar da saúde. Este trabalho consistiu de uma revisão bibliográfica, na qual foi utilizada as bases de dados LILACS e SCIELO. Foram encontrados 8 artigos científicos, contudo, somente 4 atenderam a temática central. Os artigos encontrados apontam que o termo humanização vem sendo empregado constantemente no âmbito da saúde, e é a base de um extenso conjunto de iniciativas, mas não possui uma definição. Existem autores que colocam a humanização como a busca da atenção, além da técnica e preocupação com a doença. A humanização é vista como a necessidade de avaliar o ser humano, levando em consideração suas características pessoais. A literatura descreve que, na década de 70, a enfermagem era considerada o centro da assistência humanizada, o que era encarado como algo natural, relacionada à profissão, já que ela envolvia atributos como amor, compaixão, tolerância, benevolência, dedicação, compreensão, respeito ao próximo, valorização do homem, de seus problemas e aspirações e, principalmente atenção ao fator espiritual. A humanização, portanto, requer um processo reflexivo acerca dos valores e princípios que orientam a prática profissional, pressupondo, além de um tratamento e cuidado digno, solidário e acolhedor por parte dos profissionais da saúde ao seu principal objeto de trabalho – o doente/ser fragilizado –, uma nova postura ética que se relacione com todas as atividades profissionais e processos de trabalho institucionais.