Os acidentes de transporte constituem um grave problema de saúde, não só pela sua magnitude, como também por atingir vítimas jovens em idade produtiva. Trata-se de uma pesquisa descritiva, prospectiva de corte transversal e com abordagem quantitativa, realizada em um hospital público referência no atendimento às vítimas de trauma em Sergipe/Brasil, com objetivo de caracterizar as vítimas quanto aos aspectos sociodemográficos e epidemiologia do trauma. A amostra foi intencional, constituída de 257 pessoas atendidas em novembro de 2010, com idade igual ou superior a 12 anos, vítimas de acidentes de transporte do estado de Sergipe e que assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Os resultados evidenciaram que as vítimas de trauma tinham idade média de 29,57 anos, a maioria era do gênero masculino (82,9%), solteiro (54,5%) com escolaridade média de 7,12 anos, exerce atividade remunerada (84,4%), procedente de área urbana (86%), com relato de ingesta de álcool (33,1%) e drogas (6,2%). A maioria das vítimas era condutores (78,2%), que utilizava motocicletas como meio de transporte (70,4%) e não usava equipamento de proteção individual (53,4%). As ocorrências foram em vias públicas (91,8%), durante atividades recreativas (35,2%) e laborais (27,9%), com ferimento corto contuso (28,4%) em membros superiores e inferiores (51,8%), seguidos de lesões na região da face, cabeça e pescoço (32,4%). Houve associação estatisticamente significante com gênero, idade, escolaridade, estado civil, procedência, relato do abuso da bebida alcoólica, consumo de drogas e não utilização do equipamento de proteção individual. Estes podem favorecer discussões junto aos setores governamentais para implantação de programas de prevenção de acidentes para a população em risco.