Parasitismo é a associação entre seres vivos, na qual existe uma unilateralidade de benefícios, sendo um dos associados prejudicado nessa relação. Assim objetivou-se verificar a ocorrência dos enteroparasitos em crianças de 0 a 10 anos atendidas pela Estratégia Saúde da Família. Tratou-se de um estudo descritivo de natureza quantitativa no qual os dados coletados foram referentes ao ano de 2007. O estudo foi realizado na Unidade Básica de Saúde - UBS do município de Esperantina, no período junho e julho de 2008. O universo da pesquisa foram as fichas utilizadas pelos profissionais de saúde para anotação da consulta. Foram coletados dados referentes a todas as crianças com idade entre 0 e 10 anos, que consultaram (com profissional médico e/ou enfermeira) no Posto de Saúde, no período considerado. Os dados coletados foram separados e organizados de acordo com o sexo e a idade das crianças. Foram avaliados um total de 164 prontuários, sendo que destes, apenas 84 (51,21%) crianças haviam realizado exame Parasitológico de Fezes. Dos 84 prontuários avaliados, apenas 19 (22,61%) apresentavam resultado positivo para alguma parasitose. Percebeu-se que estes se concentram mais na faixa etária de 07 (26,31%) a 08 (15,78%) anos, onde as crianças são mais ativas e possuem uma independência maior. O elevado índice de resultados negativos foi satisfatório, porém remete à possível influência do ciclo reprodutivo dos parasitos nos resultados, uma vez que foi realizada apenas uma coleta de amostra. Na pesquisa 26,31% foi a prevalência para crianças de 07 anos e 15,78% para crianças de 08 anos. Com relação ao sexo, percebe-se uma distribuição uniforme, sem muitas disparidades. Apesar de alguns estudos mostrarem uma maior prevalência em crianças do sexo masculino os resultados desta pesquisa apontaram que a infecção nas crianças do sexo feminino foi mais prevalente. Dos 19 prontuários com positividade, encontrou-se 07 espécies de parasitos. Sendo identificados 25 casos de positividade, com 06 casos de biparasitismo. Com relação à distribuição, houve incidência maior das espécies Entamoeba coli (32%) e Entamoeba histolytica/dispar (16%), tanto no sexo masculino, como no sexo feminino. É inegável a importância da elaboração do perfil parasitológico de crianças de uma área atendida por uma equipe de Saúde da Família, para que as atividades da equipe de saúde sejam pensadas, planejadas e executadas de forma que visem alcançar a resolutividade e prevenção das enteroparasitose.