O diabetes mellitus destaca-se no Brasil e no mundo como problema de saúde pública. O impacto epidemiológico é expresso nas crescentes taxas de morbidade e mortalidade e nas conseqüentes seqüelas de incapacidades. Este estudo objetivou avaliar o perfil glicêmico de caminhoneiros que trafegam por Teresina/PI. Trata-se de um inquérito epidemiológico, descritivo, realizado por meio de entrevista com 274 caminhoneiros selecionados por amostragem acidental e que trafegaram por Teresina no período da coleta dos dados (2010). Os resultados evidenciaram que a maioria da amostra tem entre 42 a 74 anos (59,5%), renda de seis salários mínimos, (78,5%), são casados (78,0%), cursaram ensino fundamental (75,0%) e têm acima de 30 anos de profissão (81,1%). Com relação ao IMC a média foi de 28,5 com nível glicêmico médio acima do normal (24,4%) e alimentação inadequada (69,8%). A hiperglicemia foi estatisticamente associada à alimentação inadequada (χ² = 8,135, p = 0,007), ao IMC de 26 a 38 (χ² = 9,035 p = 0,003) e à falta de atividade física regular (χ² = 18,146 p = 0,001). Conclui-se que há necessidade de uma atenção voltada para a promoção e proteção específica da saúde destes trabalhadores, considerando-se as suas dificuldades de acesso aos serviços de saúde em função do seu ritmo de vida. Além disso, com os avanços da enfermagem na área de Saúde do Trabalhador, este estudo vem comprovar a importância de ações voltadas a esse público, que devido a alta rotatividade relacionada à profissão acaba não sendo atendido de maneira eficiente pelos Programas Saúde da Família aos quais deveriam estar inseridos. Abre-se, portanto, um campo para atitudes empreendedoras e criativas que desenvolvam estratégias e ampliem o acesso à informação em saúde, diagnóstico, tratamentos, proporcionando o atendimento da integralidade do indivíduo/trabalhador desvelando novas possibilidades no mercado de trabalho para os profissionais da saúde, em especial os enfermeiros.