Introdução: As causas externas – acidentes e violências – evidenciam um importante agravante de saúde pública no Brasil e a maioria dos atendimentos em pronto-socorro, principalmente na infância, poderiam ser previamente evitados com adoção de medidas preventivas. Objetivo: Identificar as principais causas externas entre crianças atendidas no pronto-socorro de pediatria do Hospital de Clínicas de Uberlândia-MG. Metodologia: Estudo descritivo, observacional, por meio da revisão de prontuários de menores de 0 a 12 anos, vítimas de acidentes e violências, que deram entrada no pronto-socorro de Pediatria do Hospital de Clínicas de Uberlândia no ano de 2009. Resultados: Dos 207 prontuários revisados, as principais causas externas foram queda (137; 66,18%), atropelamento (14; 6,76%) e lesões auto-provocadas (15; 7,24%). A média de idade encontrada foi de 6,8 anos. Foram mais comuns crianças do sexo masculino (138; 66,6%) em praticamente todas as causas externas com exceção de violência sexual e outros. A maioria dos casos de causas externas teve vítimas internadas no período de uma a três dias (139; 67,14%), sendo que os locais de maior incidência foram na própria residência (37; 46,8%) e nas estradas e ruas (34; 16,4%). Os agravos por causas externas foram comuns nos três períodos do dia, principalmente a tarde, e na área urbana (190; 91,78%) sendo o município de Uberlândia o mais encontrado (174; 84,05%). Foram registrados uma maior ocorrência de lesões nos membros superiores em praticamente todos os tipos de causas externas (116; 56,03%). Conclusão: Conclui-se que a maioria dos atendimentos em pronto-socorro decorrentes de acidentes ou violência, principalmente na infância, poderia ser previamente evitada com adoção de medidas preventivas. Assim, seria importante inserir o enfermeiro nesse contexto, em função de seu contato direto com a criança e com sua família.