O enfermeiro tem um papel relevante frente à situação de violência contra crianças e adolescentes, atuando tanto na prevenção dela, através da identificação de famílias de risco, quanto na identificação e tratamento da violência já instalada. Diante disso o objetivo deste trabalho foi identificar as ações desenvolvidas pelos enfermeiros da atenção básica na Estratégia de Saúde da Família (ESF) frente a um caso suspeito ou confirmado de violência contra a criança e o adolescente. A pesquisa foi realizada no município de Curitiba – PR, no período de maio de 2010 a abril de 2011. A amostra foi composta por vinte e quatro enfermeiros que atuam em unidades de saúde com ESF. A escolha das unidades e dos enfermeiros foi realizada através de sorteio, sendo selecionado um enfermeiro para cada unidade de saúde. O estudo abrangeu todos os distritos sanitários do município. Os dados foram coletados por meio de entrevista semi-estruturada e interpretados por meio de análise temática. Nas falas dos sujeitos foram expressas diferentes ações realizadas por eles, tais como: notificação para a rede de proteção, encaminhamentos, visita domiciliar, investigação do caso e orientação, salientaram também, o desenvolvimento de atividades em grupo com adolescentes a fim de prevenir a violência. A rede de proteção foi citada como uma importante forma de atuação no manejo dos casos de violência. Através da reunião da rede, entre a unidade de saúde, escola, creche, serviço social, poder público e hospitais que atendem a criança, os enfermeiros entrevistados visam realizar a discussão do caso a fim de acompanhar o desenrolar dele e também oferecer uma melhor assistência à vítima e sua família. É possível perceber a diversidade de ações realizadas pelos enfermeiros através da análise das entrevistas, pois além de citarem ações individuais, também ressaltaram atividades que devem ser realizadas interdisciplinarmente e intersetorialmente, demonstrando a relevância da atuação em equipe. Pode-se destacar que a notificação para a rede de proteção, apesar de ser um ponto fundamental para o Protocolo da Rede de Proteção á Criança e ao Adolescente em Situação de Risco para a Violência não foi citada por todos os entrevistados, fato este, que requer mais estudos, pois esta ação é uma indicação do protocolo e tem sansões penais determinadas no Estatuto da Criança e do Adolescente.