A morte é um tema sobre o qual a maioria das pessoas se negam a falar, fogem de sua discussão, pelo motivo de despertar sentimentos de medo, angústia e desamparo. O processo de morte tem sido objeto de estudo em diferentes áreas do conhecimento e é cercado ainda de muito tabu e repulsa. O estudo foi realizado em uma unidade de terapia intensiva (U.T.I) adulto/infantil de um hospital público de urgência e emergência do Município de Campina Grande/PB. A opção por este cenário de estudo deve-se ao fato de que na U.T.I observa-se um maior número de óbito em detrimento a outros setores hospitalares. Diante de tal contexto, o presente estudo teve como objetivos: conhecer as percepções construídas pelos profissionais de saúde que trabalham na unidade de terapia intensiva a respeito da morte; caracterizar o perfil socio-demográfico dos sujeitos da pesquisa; identificar os principais sentimentos que os profissionais de saúde tem acerca do fenônemo morte; descrever possíveis dificuladades vivenciadas pelos entrevistados, no processo de morrer na U.T.I; verificar os mecanismos/estratégias utilizadas pelos profissionais de saúde em lidar com a morte em seu cotidiano de trabalho. Trata-se de uma pesquisa exploratória, descritiva com abordagem qualitativa, na qual foram utilizados como instrumento de coleta de dados o formulário e a entrevista semi-estruturada. Foram entrevistados 15 profissionais, de ambos os sexo, em sua grande maioria casados. 12 profissioanis possuem pós-graduação e com tempo de atuação na U.T.I variando entre 5 a 10 anos e um profissional com tempo de atuação de 25 anos. A análise dos dados foi ancorada pela análise de conteúdo proposta por Bardin (2009). Trabalhou-se com três categorias: Significado de morte/morrer; sentimentos dos profissionais em face da morte; mudanças vivenciadas pelos profissioais após o contato com a morte. Ao analisar o significado de morte/morrer, verificou-se que os sujeitos relacionavam morte como fenômeno natural, finitude e passagem. Com relação aos sentimentos vivenciados, observou-se que o sofrimento, tristeza e impotência foram os que mais se destacaram. No tocante as mudanças vivenciadas após o contato com a morte, a humanização e o distanciamento foram os que mais se sobressairam nos relatos dos entrevistados. A pesquisa aponta para a necessidade de mudanças na formação dos profissionais de saúde, com o objetivo de uma melhor preparação destes profissionais ao lidar com o processo de morte/morrer.