O presente estudo foi realizado em um hospital de ensino localizado na região norte do estado do Ceará. Os acidentes com materiais pérfuro-cortantes são considerados um risco a saúde dos profissionais que trabalham diretamente com a assistência ao paciente, uma vez que, existe uma grande possibilidade de transmissão ocupacional de patógenos vinculados pelo sangue. O objetivo foi identificar as características de acidentes de trabalho com pérfuro-cortantes, envolvendo a equipe multiprofissional de um hospital geral de ensino. Os dados foram coletados junto ao Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), constituindo-se a amostra de 33 trabalhadores que notificaram a ocorrência de acidentes com pérfuro-cortantes no período de janeiro a dezembro de 2009. De acordo com os resultados do estudo findamos que a maior parte dos trabalhadores de saúde que notificaram os acidentes com materiais perfurantes ou cortantes tinham as seguintes características: eram da categoria de auxiliares de enfermagem (75,75%), do sexo feminino (72,72%), com situações conjugais de casados (54,54%), tendo como principal agente causador à agulha (87,87%), faziam uso de EPI no momento do acidente (45,45%), com horas de trabalho menor que 6 horas (78,78%) e trabalhavam no turno da manhã (69,69%). Percebeu-se, no entanto, o grande índice de subnotificação de acidentes devido às questões burocráticas envolvidas no processo ou até mesmo desconhecimento dos profissionais quanto a importância da notificação. Os dados obtidos fornecem subsídios para implementar medidas de prevenção e proteção da saúde dos trabalhadores através de educação permanente fundamentando-se no contexto estudado.