O início da vida sexual é um marco na vida reprodutiva de qualquer indivíduo, e ocorre com maior freqüência na adolescência, deste modo, é importante conhecer os aspectos que motivam esse acontecimento. Objetivo: Verificar se existe planejamento para o início da vida sexual entre os adolescentes de 15 a 19 anos de idade residentes no bairro Miritizal do município de Cruzeiro do Sul, Acre. Métodos: Estudo transversal, realizado com amostra probabilística e representativa de 196 adolescentes, de ambos os sexos. A pesquisa contemplou as exigências éticas. A caracterização do início da vida sexual foi feita, a partir da aplicação de um questionário estruturado, contendo perguntas fechadas e abertas sobre sexualidade. Os dados coletados foram digitados, revisados e analisados, estatisticamente, com a utilização do software Epi Info (version 3.5.8; 2008). Os dados foram descritos, utilizando a distribuição de freqüência absoluta e relativa, medidas de tendência central e de dispersão. Resultados: Dos 196 adolescentes estudados, 67,9% afirmaram que haviam iniciado a vida sexual, em média aos 15,0 anos de idade (mínimo de 11 e máximo de 18; dp= 1,4) para ambos os sexos. Depois de iniciado o relacionamento a primeira relação sexual ocorreu, entre 1 e 3 semanas para os meninos (67,2%) e entre 1 e 11 meses para as meninas (59,4%). Os principais motivos referidos para justificar o início da vida sexual, pelas garotas foram: amor (45,0%), curiosidade (29,0%) seguido de medo de perder o companheiro (8,7%) e para os garotos foram: amor (29,7%), curiosidade (28,1%) e excitação (28,1%). As mulheres iniciaram a vida sexual na casa do parceiro (50,7%), enquanto que os homens iniciaram na própria casa (32,8%) ou na casa da parceira (28,1%). Considerações finais: O início da vida sexual do adolescente, ainda não é visto como um acontecimento natural, porém é um evento que acontece cada vez mais cedo. A percepção da sexualidade se intensifica na adolescência, aumentando assim a curiosidade sobre as questões da vivência da sexualidade. Percebe-se, portanto que muitos iniciam a vida sexual de forma não planejada, expondo-se a situação de vulnerabilidade. Deve-se, por conseguinte intensificar as ações de promoção à saúde direcionada a esta população destacando as precauções que eles devem ter na primeira relação sexual, alertando-os sobre os riscos que cerca uma relação sexual sem proteção e direcioná-los a expressão da sexualidade mais gradativa e saudável.