Buscando-se criar condições para que, de maneira permanente, o sistema de saúde se aproximasse mais dos indivíduos e comunidades de forma humanizada, solidária e, sobretudo, resolutiva; foi criado no Brasil, em 1994 pelo Ministério da Saúde, o Programa Saúde da Família (PSF), ultrapassando o hospitalocentrismo e o modelo sanitário medicamentoso, curativo e individual para propor um modelo de saúde coletivo, multi e interprofissional. A atenção centrada no procedimento torna-se atenção centrada no usuário. Orientado pelos princípios da universalidade, integralidade, humanização, vínculo, equidade, participação social e, assim, teoricamente embasado e de tal forma instituído, é o contato preferencial dos usuários com o sistema de saúde. Trata-se de uma revisão de literatura sobre o interrelacionamento profissional-usuário como facilitador das ações em saúde, destacando a importância de uma visão antropológica neste modelo de atenção e no cuidado de enfermagem. Para isso, realizou-se uma revisão bibliográfica, utilizando como base de coleta de dados SciELO (Scientific Electronic Library Online). Foram identificados conforme ano de publicação, indexação, descritores e tema. Foram analisadas 10 (dez) publicações. Conforme os estudos, as ações de saúde humanizadas, tecnicamente competentes e intersetorialmente articuladas propostas pelo PSF, tornam fundamental o "acolher". À luz desta estratégia, são eleitos como relevantes: a vinculação, compromisso e responsabilidade entre profissionais de saúde e a população. A relação solidária mantida com diálogo, ética, atenção, escuta qualificada e valorização das queixas favorecem a coleta criteriosa de dados para a anamnese. Sendo a comunicação fator fortalecedor e alicerce da base relacional, considera-se que a concretização de vínculos entre usuários, família e comunidade com a equipe, apresenta-se como um recurso terapêutico e um dos meios mais adequados para a prática de uma clínica com qualidade.