O modelo de Reforma Psiquiátrica brasileira não se reduziu ao objetivo de apenas tratar mais adequadamente o indivíduo com transtorno mental, mas o de construir um novo espaço social para a loucura, questionando e transformando as práticas da psiquiatria tradicional e das demais instituições da sociedade. O objetivo do estudo é delinear a experiência de acadêmicos de enfermagem na prática da disciplina Enfermagem em Saúde Mental e Psiquiatria. Trata-se de um relato de experiência de duas acadêmicas do quinto período do Curso de Graduação em Enfermagem da Escola de Enfermagem de Manaus/Universidade Federal do Amazonas, realizada no período de 11 a 28 de abril de 2011 em um centro de referência em atendimento de urgência e internação psiquiátrica. Do relato: o desenvolvimento das atividades procedeu conforme planejamento construído coletivamente entre as acadêmicas e o professor-preceptor, conforme plano da disciplina, especialmente as diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Saúde à atenção em saúde mental. Inicialmente, realizou-se visita ao complexo hospitalar, seguido de reunião com a equipe técnica da unidade. Como estratégia do processo ensino-aprendizagem, a cada final de aula prática, o professor-preceptor realizava rodas de conversas com as acadêmicas para que problematizassem as situações vivenciadas, das quais surgiram como principais problemas evidenciados: a falta de humanização por parte da equipe de saúde com os pacientes, estrutura física inadequada, ambiente desorganizado e ausência de atividades de terapia ocupacional, além da ausência de um compromisso social da atual gestão da unidade de saúde com a atual política de saúde mental. Portanto, urge a necessidade de ir para além da política nacional de saúde mental, ou seja, sair do discurso ideológico para a prática de implantação da reforma psiquiátrica nos diferentes cenários que acolhem as pessoas com transtornos mentais.