A Hipertensão Arterial primária compreende de 90 a 95% dos casos desta afecção e pode ser controlada desde que os pacientes envolvam-se em ações tais como uso da medicação anti-hipertensiva de maneira regular, controle do peso, ingestão de dieta hipossódica, com baixo teor de gordura saturada e realização de atividade física. Sendo que estas colaboram com a redução da pressão arterial e minimizam as complicações em órgãos-alvo de acordo com pesquisas na literatura. A Teoria do Déficit de Autocuidado (TDAC), de Dorothea Orem, trata-se de um modelo que direciona as ações assistenciais do enfermeiro, por ser um processo dinâmico que depende da vontade do cliente e da percepção dele sobre sua condição clínica. Assim, objetivou-se identificar o conhecimento do paciente com crise hipertensiva sobre a doença, tratamento e o seguimento das medidas higieno-dietéticas com base na Teria de Orem. Trata-se de um estudo descritivo-exploratório, realizado com 100 pacientes atendidos na emergência de um hospital particular que atende pacientes com doenças cardiológicas na cidade de Fortaleza-Ce, no ano de 2009. Os dados demonstram que 77% dos pacientes descobrem hipertensão em uma instituição hospitalar, 80% não conhecem o tratamento, 65% não sabem o conceito de hipertensão e 48% sabem os fatores de risco, 54% conhecem apenas as complicações da hipertensão. Quanto ao tempo de diagnóstico com o tempo de tratamento predominou entre 5 e 10 anos. Em relação à adesão ao tratamento de medidas de higieno-dietéticas, 83% reduzem sal nos alimentos, 41% fazem uso de gordura vegetal, 67% não praticam exercícios físicos, 79% afirmam tomar até 2 xícaras de café por dia. No que diz respeito a alimentação, 42% referem o vegetal e 45% a carne branca. 82% tentam controlar o peso corpóreo. A utilização da Teoria do Déficit de Autocuidado possibilitou traçar os requisitos de autocuidado necessários à pessoa hipertensa e levantar a demanda terapêutica de autocuidado. A partir deste estudo pode-se conhecer a existência ou não de déficit de autocuidado e os aspectos que possam estar contribuindo negativa ou positivamente para a deficiência encontrada. Compreende-se que estes aspectos são indicadores importantes a serem trabalhados pelo enfermeiro ao usar a teoria do autocuidado para guiar suas ações assistenciais. Sugere-se que outros estudos com esse enfoque possam ser desenvolvidos com a Teoria do Déficit de Autocuidado a fim de melhorar a assistência em enfermagem.