Estudos têm exaustivamente demonstrado que a violência sexual contra crianças e adolescentes ocorre em todos os estratos sociais,não se limita a determinada etnia ou credo,independe de regimes políticos e econômicos,pode atingir crianças e adolescentes em todas as faixas etárias dentro e fora do ambiente familiar e sua frequência é bem maior do que a estimada. O objetivo do presente estudo é demonstrar a pertinência de maior reflexão sobre o tema do papel do enfermeiro,a sua importância no processo de saúde em educação,no reconhecimento dos maus tratos e na notificação,perante o fenômeno da violência contra a criança e o adolescente,tão presente no contexto da equipe de enfermagem.Para realização deste estudo de revisão buscou-se embasamento em livros de Maria Cecilia de Souza Minayo e Renata Maria Coimbra Libório;Sônia M. Gomes Sousa,no Estatuto da Criança e Adolescente e artigos indexados em base eletrônica,publicados na língua portuguesa,entre os anos 1999 a 2010.A revisão é direcionada a estudos de abuso sexual contra crianças e adolescentes no Brasil.Os casos registrados em todo o país,em delegacias,conselhos tutelares,hospitais e institutos médico-legais são apenas um alerta;não revelam a verdadeira dimensão do problema.No âmbito da Saúde,poucos são os serviços estruturados com equipes habilitadas para fornecer este tipo de atendimento.Sabe-se que,apesar de beneficiar muitas crianças,adolescentes e familiares em situação de abuso sexual,o atendimento especializado ainda demanda,tanto na área social como na da saúde,maiores investimentos e reestruturações para o preenchimento das lacunas ainda existentes.Cabe ao enfermeiro,independente da sua área de atuação,tentar reconhecer uma vítima de maus-tratos nos atendimentos e conscientizar os demais membros da equipe de assistência à criança ou adolescente,utilizando-se do princípio de que a omissão pode representar uma opção pela violência.Sugere que as instituições formadoras incluam em seus projetos pedagógicos o tema violência/abuso naqueles componentes que tratam da assistência materno-infantil,da saúde coletiva e do exercício da enfermagem,de modo a preparar o enfermeiro para o diagnóstico da violência/abuso intra e extra-familiar e capacitá-lo para cuidar da criança,do adolescente e de seus familiares.Com isto,concluímos que o atendimento especializado a criança e o adolescente vítima de abuso sexual,encontra-se em fase de construção,necessitando um maior comprometimento por parte de todos.