O Programa Saúde da Família surgiu no Brasil como meio descentralizador dos serviços de saúde. As equipes multiprofissionais que atuam nesta estratégia trabalham com grupos populacionais de risco, situações de complexidade pouco exploradas e as doenças sexualmente transmissíveis não estão fora da gama de atenção em Saúde da Família. Frente à complexidade das demandas da assistência, os serviços tem recorrido a equipes compostas diversificados profissionais. Diante do exposto, a pesquisa teve por objetivo elucidar a concepção de prevenção das DST/AIDS e as dificuldades do trabalho em Saúde da Família diante de tais doenças. Tratou-se de uma revisão de literatura subsidiada por artigos publicados nas bases de dados SCIELO e LILACS entre os anos 2000 a 2010,e destes artigos foram analisados a concepção de prevenção das DST/AIDS, o trabalho multiprofissional, as dificuldades do trabalho em equipe, e as relações dos profissionais com o serviço. Os resultados obtidos foram que em relação à concepção há uma disparidade de conhecimentos no que se refere à prevenção das DST/AIDS. Uma pesquisa realizada no ano de 2007 revela a possibilidade de transmissão da AIDS por meio do convívio social, do uso de piscinas coletivas, do compartilhamento de talheres, do beijo, dos banheiros públicos e do toque, confirmados por profissionais de saúde; quanto ao trabalho multiprofissional, o encaminhamento entre os profissionais tem sido a estratégia mais usual para responder à diversidade das necessidades dos usuários. Tornou-se claro a idéia de que é interessante levar em conta as opiniões dos outros profissionais diante de um mesmo paciente; quanto às dificuldades do trabalho em equipe, destaca-se a estruturação de serviços centrados no atendimento médico e no trabalho fragmentado; além disso, existe um déficit de conhecimento dos profissionais em relação ao funcionamento do serviço, pois o atendimento em Saúde da Família às DST/AIDS fica restrito ao pré-natal e ao planejamento familiar e os demais casos são encaminhados para centros especializados, de modo a transferir a responsabilidade, pois muitos profissionais desconhecem os critérios que revele a necessidade de encaminhamento. Pode-se observar que existe um viés à unanimidade da importância e do reconhecimento dos benefícios do trabalho multiprofissional em atenção as DST/AIDS, mas é preciso que haja melhoria na qualificação profissional, com vistas a dirimir a falta de conhecimento acerca da prevenção de tais doenças.