Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer infantil corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo, sendo esta a primeira causa de mortes por doença, após um ano de idade, até o final da adolescência. A doença e a hospitalização desencadeiam uma série de novos sentimentos nas crianças e seus familiares que passam a conviver diariamente no âmbito hospitalar, com situações estressantes e traumatizantes para o tratamento do câncer infantil. As atividades lúdicas no campo terapêutico, conhecidas como ludoterapia, surgem para proporcionar um ambiente mais humanizado e por meio do brincar, busca levar um pouco de conforto e alegria no processo de internação hospitalar. O ato de brincar também pode transformar o curso da evolução da doença e o nível de estresse da hospitalização e tratamento. A atividade ludoterápica é de tamanha relevância, que motivou o Conselho Federal de Enfermagem a publicar a Resolução 295/2004 dispondo sobre a utilização da técnica do brinquedo terapêutico pelo enfermeiro na assistência à criança hospitalizada além de apoiar o Programa Anjos da Enfermagem em âmbito nacional. Assim, este estudo tem por objetivo relatar a experiência dos voluntários do Programa Anjos da Enfermagem Núcleo Bahia. Trata-se de um relato de experiência realizado a partir das atividades semanais de visitas a crianças atendidas e internadas num serviço de oncopediatria em um hospital de referência na cidade de Salvador- Bahia. Relato da experiência: este trabalho voluntário traz em si uma dimensão de reciprocidade, haja vista que os voluntários levam às crianças um conhecimento de forma lúdica com atividades temáticas sobre higiene pessoal, alimentação saudável, importância da leitura dentre outras e os voluntários aprendem a partir do feedback das crianças, a valorizar coisas minuciosas como o olhar sincero, o sentimento de bem-estar das crianças ao lado de quem lhes ama e o gosto pela vida. Outro fator é a expressão do sorriso e do olhar. Um sorriso e um olhar de ternura podem nos dizer mais do que mil palavras. Muitas vezes ao entrarmos no quarto de uma criança hospitalizada presenciamos o cansaço, a dor e a luta pela vida. E nesse momento conseguimos dela um sorriso, o qual em muitos casos é tudo que elas podem nos oferecer. Concluimos que as horas em que estávamos ali representam momentos em que as crianças esquecem a dura realidade.