Anais - 14º CBCENF
Resumo
Título:
O MOVIMENTO DE LUTA ANTIMANICOMIAL NO MUNICÍPIO DE ILHÉUS-BA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Relatoria:
VIVIAN BARACHO CORREIA
Autores:
- ROZEMERE CARDOSO DE SOUZA
- DÉBORA CRISTINA FIGUEIREDO MASCARENHAS MALTA
- PAULA SOUZA SANTOS
- ALINE SOARES BARRETO
Modalidade:
Pôster
Área:
A enfermagem e o terceiro setor
Tipo:
Relato de experiência
Resumo:
O Movimento da Luta Antimanicomial, no Brasil, esforça-se pela garantia e defesa dos direitos humanos das pessoas com transtornos mentais. Isso implica a extinção progressiva dos grandes hospitais psiquiátricos e a desconstrução da cultura manicomial, a qual reflete distanciamentos dessas pessoas dos espaços da vida em sociedade. Este trabalho objetivou relatar experiência de ação comunitária em comemoração ao Dia Nacional da Luta Antimanicomial, vivenciada por estudantes, dentre eles, de Enfermagem e de Educação Física, professores e profissionais de saúde, inseridos no Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde/ Saúde Mental Crack e Outras Drogas (PET Saúde/ Saúde Mental Crack). A experiência foi desenvolvida em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Ilhéus, Bahia, no dia 18 de maio de 2011. Foi realizada caminhada no Centro da cidade com panfletagem, informação através de cartazes e produção de esquete em três momentos dessa trajetória. O primeiro deles realizou-se com a participação de usuários de um serviço. Os ganhos da ação, refletidos neste trabalho, foram analisados a partir dos registros de campo e dos diálogos com a literatura. Durante a caminhada observou-se que, tanto os trabalhadores do comércio local, quanto as pessoas que transitavam pelas ruas no momento, não sabiam o que abordava a passeata. Contudo, algumas delas paravam e questionavam o propósito da ação, conhecendo, assim, o Dia Nacional da Luta Antimanicomial. No decorrer da marcha, essa postura de desconhecimento deu lugar a uma construção prazerosa e de relevância para todos os participantes, especialmente, os estudantes, visto que, identificaram fragilidades apresentadas pela sociedade frente ao movimento, como o preconceito e a desinformação. A ação comunitária pareceu contribuir, também, para o desenvolvimento de reflexões e práticas da sociedade em relação às pessoas com transtornos mentais. Também proporcionou reflexão acerca da concepção negativa da “loucura”, que personifica o doente mental com a imagem de violento, ocioso, inútil, passando a ser visto como um sujeito com necessidade de cuidados e direito de exercer sua cidadania. Sendo assim, este relato ressalta a importância de ações comunitárias como esta, e da inserção de programas, como o PET Saúde/ Saúde Mental Crack, que, tendem a remodelar e contribuir para a qualificação da saúde da população em geral, profissionais e usuários dos serviços, e estudantes em formação.