O câncer é um dos mais importantes problemas de saúde pública no Brasil, representando a segunda causa de morte por doenças. Devido à letalidade e sequelas que o câncer de mama e de colo de útero acarretam é importante a prevenção e identificação precoce. O objetivo desse estudo foi detectar a interferência da carga horária de trabalho semanal e da escolaridade na realização do auto-exame de mamas (AEM) e do preventivo entre profissionais de saúde de duas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Londrina no Paraná. Trata-se de um estudo descritivo, transversal, quantitativo. Elaborou-se um questionário com 21 questões objetivas, aplicado a 68 trabalhadoras das UBS. Os dados foram tratados por frequência estatística e a pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da Universidade Norte do Paraná com o parecer 0111/10. Nesta pesquisa encontrou-se predominância de mulheres casadas, com filhos e com 11 a 15 anos de estudo. Os resultados mostraram que grande parte das profissionais raramente realizava ou nunca realizaram o AEM, independente da carga horária de trabalho. Observou-se que entre as profissionais de nível fundamental 62,5% raramente realizavam o AEM e 25% nunca realizaram. Entre as de nível médio, 80% realizavam raramente e 26,67% nunca realizaram, já entre as profissionais de nível superior, 50% realizavam quase todo mês, 33,33% mensalmente, 14% raramente e as que tinham pós graduação, 40% realizavam quase todo mês, 40% raramente e 20% mensalmente. A maioria das profissionais realizou o preventivo no prazo preconizado pelo Ministério da Saúde, independente da carga horária de trabalho semanal. No entanto 25% das profissionais de nível fundamental, 20% das de nível médio e 13,33% das profissionais de nível superior, realizaram há mais de três anos, demonstrando que a escolaridade é proporcional a adesão ao preventivo. Os resultados deste estudo mostraram que a carga horária de trabalho semanal não interfere na realização do AEM e do preventivo. Quanto a escolaridade, comprovou-se que ela interfere na realização desses exames, pois quanto maior a escolaridade, melhor a conscientização quanto a importância dos mesmos. As profissionais que têm atenção com sua própria saúde têm mais preparo e autonomia para orientar as pacientes, diferentemente das que não praticam ou não acreditam nesses exames como método eficaz de detecção de problemas. Sendo assim, é necessário que se desenvolvam estratégias de conscientização voltadas à saúde dessas profissionais.