Os caminhoneiros representam uma categoria profissional de grande relevância na economia do Brasil, sendo o transporte rodoviário o meio mais adequado e utilizado para atender as necessidades dos brasileiros. Visando cumprir as suas inúmeras tarefas eles recorrerem ao uso de anfetaminas, capazes de provocar dependência física e psíquica, podendo acarretar com o uso prolongado e freqüente a síndrome de abstinência, psicose anfetamínica. Teve por objetivo identificar os fatores que contribuem e levam o uso de anfetaminas por caminhoneiros, verificar a incidência de uso, averiguar as drogas psicoativas mais usadas e o grau de conhecimento desses profissionais em relação ao uso indevido dessas substâncias. A pesquisa de campo teve caráter exploratório descritivo e abordagem quantitativa, desenvolvida com caminhoneiros freqüentadores do Projeto Viva bem Caminhoneiro, localizado na BR 364 em Cacoal/RO, após ter sido aprovado pelo Comitê de ética e pesquisa 428/08. Foram entrevistados 169 caminhoneiros dos quais 33.72% tinham o estado de Rondônia como procedência; 17.75% provinham de São Paulo; 14.20% do estado do Paraná e 34,33% eram de outros estados. Referindo ao estado civil dos entrevistados 73.37% eram casados. Revelou que 50.88% trabalhavam em média de 15-20 horas por dia, com descanso de 5-8 horas por noite, sendo que 95.85% referiram descansar dentro do próprio caminhão no pátio do posto de combustível. O tempo de permanência fora de casa atingiu mais de 20 dias em 28.99%, seguido de 26,5 % entre 15 e 20 dias, e 44,51% abaixo de 15 dias fora de seus lares. Dos 169 entrevistados 17.15% relataram ter hipertensão. O estudo revelou que 82.84% faziam o uso indiscriminado derivados de Anfetaminas, sendo os mais comuns Desobesi M 3% e Ritalina 73% e 94% obtém esses produtos em posto de combustível. Apontou como principal motivo para o uso, o curto prazo para entrega das cargas, a redução do sono e alivio da ansiedade. Relataram-se que após a ingestão de Anfetaminas eles sentem alívio do sono 42,85%, agitação 10,72%, conforto 14,30%, palpitação 4,28%, alivio do cansaço 16,42%, sensação de liberdade, e as vezes ansiedade 11,43%. Identificou-se que 81.65% nunca participaram de orientações, sobre o uso de Anfetaminas. Conclui-se, uma preocupação com a saúde dessa categoria, e que as autoridades competentes tenham as iniciativas para desenvolver programas e campanhas onde possa diminuir os números de acidentes no transito e melhoria da qualidade de vida.