Trata-se de um relato de experiência de docência no Curso de Medicina da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia/Vitória da Conquista, área de Saúde Coletiva, no Módulo: Práticas Interdisciplinares de Interação Ensino, Serviço e Comunidade – PIESC –, que tem como cenário de práticas o Programa Saúde da família (PSF). A reorganização da Atenção Básica no Brasil através do PSF requer um empenho da gestão do Sistema Único de Saúde, bem como da academia, dos trabalhadores e das instituições de saúde. Para um novo modelo de atenção, uma formação profissional compatível com as necessidades dos serviços. Para tanto, os cursos na área de saúde – a exemplo do curso de Medicina - vêm se reestruturando para a formação de um profissional capacitado para atuar frente ao processo saúde-doença em seus diferentes níveis de atenção, com ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação à saúde. Durante a formação os acadêmicos são inseridos em vivências nos serviços na Atenção Básica e na comunidade para desenvolvimento de competências e habilidades que os instrumentalizem para o exercício profissional. Objetivo: aproximar o discente da realidade de saúde encontrada no PSF, desenvolvendo competências para realizar diagnóstico situacional e efetivar ações junto à comunidade, voltadas à promoção da saúde e prevenção de agravos. Refere-se ao 1º período letivo de 2009 com três turmas de 10 alunos (1º, 2º e 3º ano). Metodologia: utilizamos o método do arco de Charles Maguerez, que propõe a partir de situações-problemas a construção do conhecimento coletivamente e intervenção direta sobre a realidade, mediante a sua efetiva compreensão. Realizadas práticas com alunos, equipe de saúde e comunidade. Citamos: mapeamento e territorialização, diagnóstico situacional e Planejamento e Programação Local em Saúde (PPLS) no 1º ano. Intervenção sobre problema do estado de saúde da comunidade, no qual o problema priorizado foi Hipertensão Arterial, a partir de ações de educação em saúde (no 2º ano). Acompanhamento de pacientes nos programas prioritários no PSF (Saúde da mulher, Saúde da Criança e Saúde do Adulto) para construção de uma assistência humanizada fundamentada no vínculo e acolhimento. Ressalta-se a importância dessas práticas para a formação do profissional médico numa perspectiva mais acolhedora e a presença do enfermeiro nesta formação com ferramentas eficazes para a construção desse novo perfil esperado no médico que será inserido nas equipes de saúde da família.