A partir da Resolução nº 311 de 2007 que atualiza o código de ética dos profissionais da enfermagem, pautado nos princípios fundamentais, pretendemos discutir suas diretrizes e apontamentos na realidade social. Assim, objetivamos analisar de que forma as diretrizes legais do código de ética da enfermagem são ou podem ser viabilizadas no contexto brasileiro para a atuação profissional da enfermagem. Através de uma abordagem qualitativa a metodologia adotada é uma análise documental da resolução anteriormente citada. Ao desdobrar os termos legais, procuramos localizar na história e resgatar elementos para entender a matriz condutora da ética profissional e percebemos que atualmente, no século XXI a ordem social e econômica impulsiona a saúde para o mundo dos negócios, desconstruindo a tão idealizada democracia e participação social que movimentou os anos de 1970 a 1990, quando o SUS (Sistema Único de Saúde) foi proposto, discutido e promulgado como a Lei Orgânica da Saúde. Concluímos que a conduta ética e a bioética norteiam a atuação profissional, mas tais ações estão para além da ‘subjetividade’ ou ‘identidade’ do profissional, dependem da organização social, das políticas, de fatores socioeconômicos, pois refletem concepções e práticas construídas socialmente. E as relações de poder existentes na própria categoria da enfermagem e na sociedade reduzem a possibilidade de conquistas e avanços no sentido de reafirmar direitos como: redução da jornada de trabalho, ênfase na qualificação e atualização profissional, dignidade das condições de trabalho, tanto em sua estrutura física, quanto com o vínculo empregatício que assegure direitos e boa remuneração.