Anais - 14º CBCENF
Resumo
Título:
ADESÃO AO TRATAMENTO ANTI-HIPERTENSIVO: AÇÕES DA ENFERMAGEM EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Relatoria:
FRANCISCA ELIZABETE DE MACEDO CHAVES CAVALCANTE
Autores:
- José Wicto Pereira Borges
- Thereza Maria Magalhães Moreira
- Malvina Thaís Pacheco Rodrigues
- Fabiana Vitoriano Sales
Modalidade:
Pôster
Área:
Empreendedorismo
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
A adesão ao tratamento anti-hipertensivo integra o comparecimento às consultas, o uso regular do esquema terapêutico, a adoção de estilo de vida saudável, sobretudo o compromisso deste com a própria saúde, atuando como sujeito da ação, e não como objeto. Enfim, a adesão do cliente é resultante do seu engajamento efetivo nas atividades de autocuidado, tornando-se agente do seu tratamento e multiplicador destas atividades na família e na comunidade. Um sujeito promotor de cuidado e educador do autocuidado é o enfermeiro, que dentro da Estratégia Saúde da Família (ESF) deve atuar de modo a subsidiar ações para efetivação da adesão ao tratamento nesses sujeitos. Objetivou-se analisar sob a ótica dos hipertensos de uma unidade da ESF as ações que desenvolvidas pelo enfermeiro que promovam a adesão ao tratamento anti-hipertensivo. Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo, realizado em uma Unidade Básica de Saúde da família da periferia de Fortaleza-CE. Os dados foram colhidos através de entrevista semi-estruturada e analisados à luz da Análise Crítica do Discurso. Participaram da pesquisa sete hipertensos. A análise revelou que o conteúdo das falas dos sujeitos detiveram-se a ações ligadas ao tratamento farmacológico, desse modo construíram-se os seguintes temas: o enfermeiro como um sujeito dispensador de medicamentos; um sujeito que “ensina” o uso dos remédios; um sujeito que avalia o estado da nossa saúde. Desse modo, percebe-se que o cuidado dispensado pelos enfermeiros aos hipertensos na ESF concentram-se em ações farmacologistas mostrando-nos uma forte ligação com o modelo biologicista cartesiano. O fato dos hipertensos não problematizarem em nenhum momento em suas falas ações sobre o tratamento não farmacológico confirma o modelo de cuidado centrado no biológico. Esses achados mostra-nos que há um viés nas ações de promoção da adesão ao tratamento da hipertensão desenvolvidos pelos enfermeiros que vem contra a lógica da estratégia saúde da família a qual prevê um cuidado promotor e resignificador do autocuidado dos hipertensos, com o fortalecimento de uma clínica ampliada que favoreça o empoderamento desses sujeitos para o seu próprio cuidado.