Durante a Segunda Guerra Mundial, foi criado, por meio do Decreto-Lei 6.097, de 13/12/1943, o Quadro de Enfermeiras da Reserva do Exército, que representou o primeiro grupamento feminino de enfermagem militar oficialmente incorporado às fileiras das Forças Armadas na história do Brasil. Enfermeiras treinadas eram enviadas a fim de prestar apoio de saúde aos soldados que iriam atuar nos campos de batalha. Essa participação, num conflito de ordem mundial, acabou por conferir a estas enfermeiras uma inserção profissional diferenciada em relação à das outras mulheres da sociedade brasileira da época. O objetivo é analisar a inserção das enfermeiras nas forças armadas do Brasil. Trata-se de uma pesquisa descritiva do tipo bibliográfica. Para a busca online utilizou-se os descritores enfermagem militar, enfermeiras, militares, na Biblioteca Virtual em Saúde com as seguintes bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde, Base de Dados de Enfermagem e Scientifc Eletronic Library Online, nos últimos dez anos. Do levantamento bibliográfico realizado resultaram quatro textos completos, sendo que dois artigos se repetiam. A Enfermagem foi a área que mais produziu. O que leva uma mulher a ingressar na carreira militar? Os motivos são a vocação pela carreira, o respeito e a organização da instituição, a perspectiva de ascensão profissional, a estabilidade e uma alternativa profissional promissora. As principais condições para o ingresso no Quadro Feminino de Oficiais eram: ser brasileira nata; não estar sub judice ou condenada, ser solteira e não servir de arrimo de família, ter no máximo 28 anos, estar habilitada em uma das profissões divulgadas, indicar a localidade onde desejava servir e realizar o pagamento da taxa de inscrição. No edital de concurso para ingresso nas forças armadas do Brasil, evidenciaram-se os critérios de ser solteira e não servir de arrimo de família, com isso, possíveis candidatas do concurso foram afastadas. Vale assinalar que esses quesitos não são impostos na atualidade. Ressalta-se que a presença das mulheres ocupando o mesmo campo impôs aos homens uma mudança de atitudes no cotidiano. A presença das mulheres forçou os militares a mudarem o modo de falar, de se comportar e até mesmo de pensar, visto que, agora eles convivem diariamente, no mesmo ambiente de trabalho, com mulheres enfermeiras do mesmo círculo hierárquico e conseqüentemente com o mesmo status militar de Oficial.