Trata-se de um estudo qualitativo, exploratório, realizado em uma casa de parto filantrópica, na cidade de Ceres-GO, no ano de 2008. Nesta instituição o objeto do presente estudo é a participação do pai como acompanhante no processo do parto humanizado na perspectiva da enfermagem. A humanização da assistência ao parto e nascimento contempla ações nas quais a mulher exerce seu direito de escolha do acompanhante, o qual será ativo fornecendo-lhe suporte e apoio. A importância do acompanhante no parto é reconhecida, mas sua aceitação como parte da rotina ainda é discutida. Este estudo teve como objetivos: identificar o perfil de pais que participaram do nascimento do filho, descrever como o pai vivenciou o processo de nascimento de seu filho e descrever os sentimentos da puérpera com relação à presença do pai. A população estudada foram puérperas e seus acompanhantes, totalizando 10 casais. Para a coleta de dados utilizaram-se entrevistas orais semi-estruturadas, que foram transcritas e submetidas à análise de conteúdo, gerando quatro temáticas. A primeira foi à caracterização dos participantes dos seus perfis sociais e suas expectativas acerca do parto. A segunda descreveu como o pai vivenciou o processo do nascimento de seu filho e constatou-se que o papel tradicional do pai está em transformação. Os pais desejaram participar, apoiaram, proporcionaram contato físico e contínuo, emocionaram-se. Na terceira, cada puérpera descreveu seus sentimentos com relação à participação do pai com sua particularidade, mas reconheceram o benefício do suporte e apoio do pai. A última temática aponta a boa relação interpessoal profissional-usuário desta instituição como indicador de qualidade da assistência na avaliação dos usuários. A enfermagem foi citada como fonte de ajuda, atenção e ensinamento. Os casais avaliaram a experiência positivamente e o papel de acompanhante foi efetivo para o parto humanizado. Consideramos assim, que é fundamental a equipe de saúde inteirar-se do perfil e das percepções do pai e da puérpera para a humanização da assistência e para que a experiência de ser e ter um acompanhante durante a parturição no contexto institucional seja tratado como um direito de todos. A humanização do parto encerra várias possibilidades de parir e propõe uma assistência qualificada e flexível, centrada na pessoa e na família, utilizando a tecnologia apropriada e respeitando os direitos dos cidadãos.