INTRODUÇÃO: A pirâmide etária brasileira apresenta forte tendência de crescimento no quantitativo de pessoas idosas, inclusive de octogenários. Estes, muitas vezes, apresentam limitações na capacidade funcional que acabam interferindo negativamente na Qualidade de Vida (QV). Considerou-se o conceito de QV como sendo a percepção dos indivíduos sobre as várias facetas de sua vida, considerando seus objetivos e anseios pessoais como: moradia, lazer, relações sociais, trabalho, saneamento básico, educação e família. O estudo justifica-se diante do grave problema de saúde pública que se apresenta. OBJETIVO: Investigar a percepção de octogenários em relação a sua QV. METODOLOGIA: Estudo epidemiológico transversal. A pesquisa foi realizada em 30 Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Campina Grande-PB, entre março e junho de 2010. A amostra foi composta por 52 octogenários adscritos em alguma UBS do município. Os critérios de elegibilidade dos sujeitos foram: ter 80 anos ou mais e estar cadastrado nas UBS sorteadas. O critério de exclusão foi possuir défict cognitivo. A coleta de dados foi realizada em visitas domiciliares utilizando-se o questionário WHOQOL-bref. Tal instrumento é validado e contém 26 perguntas relativas a quatro domínios: físico, psicológico, ambiental e social. Os dados foram processados pelo programa SPSS para Windows versão 15.0 e apresentados por meio de tabelas. Todos os critérios estabelecidos pela Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde foram respeitados. RESULTADOS: Os itens de pior pontuação, indicando alguma insatisfação, foram: sentimentos negativos (84,6%), energia (61,5%), vida sexual (46,1%), aproveitamento da vida (46,1%), dor (40,4%) e lazer (40,4%). Já os itens de pontuação mais alta, indicando satisfação, foram: relações pessoais (90,4%), apoio dos amigos (90,4%), atividades diárias (78,8%), trabalho (77,9%), satisfação pessoal (86,5%), moradia (84,6%) e acesso aos serviços de saúde (78,8%). CONCLUSÃO: Percebe-se que alguns itens foram avaliados de maneira positiva, todavia outros apresentaram baixa pontuação gerando a inferência de que as limitações oriundas do envelhecimento comprometem a QV dos octogenários.