O cuidado é parte constituinte do ser humano e ao longo do seu desenvolvimento foi adquirindo formas e expressões. A construção histórica do cuidado profissional pela enfermagem sofreu as diversas influências sociais, econômicas e culturais das sociedades. Entretanto é na construção do conhecimento que a enfermagem galga poder e emancipação (WALDOW, 1998; PIRES, 2006). O estudo objetivou refletir sobre o cuidado de enfermagem e sua relação com a construção do conhecimento e o poder. Trata-se de um estudo crítico reflexivo com base na literatura pertinente. O caminho traçado pelo cuidado profissional ao longo dos tempos foi permeado por diversos saberes, visando acompanhar a produção de conhecimentos nas diversas épocas e buscar confirmação científica. A busca da cientificidade desembocada na fragmentação em categorias profissionais hierarquizadas pelo nível de conhecimento científico, trás à enfermagem dicotomias importantes. Quem mais conhece é quem delega atividades, supervisiona, divide e contabiliza tarefas. Divergências entre saber e fazer, conceber e executar o cuidado, afastando a enfermagem do poder de cuidar, do sujeito do seu cuidado (BELLATO; PASTI; TAKEDA, 1997). Esse cuidado de enfermagem deve ser uma ação terapêutica que consista em cuidar do ser e não somente da doença, devendo considerar os princípios científicos, éticos, estéticos e filosóficos que estão envolvidos nesse ato, com a interação entre enfermeiro e ser cuidado. É na tentativa de resgate do cuidar que nas últimas décadas, a enfermagem teve a necessidade de chegar mais próximo do paciente, de melhorar o cuidado, numa relação interpessoal mais intensa e terapêutica, produzindo conhecimentos para esse fim. Isso traz a necessidade do conhecimento sobre o outro a fim de conduzir ao crescimento e realização dos envolvidos no processo de cuidar, também os empoderando e emancipando.