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Anais - 13º CBCENF

Resumo

Título:
A FAMÍLIA FRENTE AO ALCOOLISMO: UM ESTUDO FENOMENOLÓGICO
Relatoria:
LORENA UCHOA PORTELA VELOSO
Autores:
  • CLAUDETE FERREIRA DE SOUZA MONTEIRO
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Autoridade, poder e cidadania
Tipo:
Monografia
Resumo:
Introdução: O alcoolismo é considerado um sério problema de saúde pública, estimando-se a prevalência do uso de álcool no Brasil em torno de 19,5% (masculino) e 6,9% (feminino), com a taxa de dependência em torno de 12,3%. O álcool transcende a barreira pessoal e atinge as relações familiares, ocupacionais e sociais, acarretando altos níveis de conflito interpessoal, além de dificuldade financeiras e legais. A família, então, requer ajuda para dar conta das fragilidades e rupturas do vinculo familiar e do redimensionamento de papéis que a situação impõe, tornando-se foco da atenção da Enfermagem, a fim de se ampliar as possibilidades de uma melhor assistência. Objetivos: compreender a vivência dos familiares junto ao cotidiano com o alcoolista e o significado atribuído por eles a esse fenômeno.Metodologia: A pesquisa foi realizada no município de Teresina-PI, com 07 familiares de alcoolistas, por meio da entrevista fenomenológica, utilizando-se de conceitos da fenomenologia de Heidegger para a análise compreensiva acerca do fenômeno observado. Resultados e discussões: A vivência junto ao alcoolista é marcada por um cotidiano de violência, que revela um ambiente familiar inesperado, instável e conflituoso, e pela preocupação, que os leva a apresentar sintomas físicos e emocionais de desgaste, seja pela responsabilidade que assumem ao cuidar do outro, seja pelas situações de vergonha, constrangimento e humilhações por que passam. O que se verifica é que o familiar toma para si tanto a cotidianeidade como a responsabilidade do individuo alcoolista, revelando-se um estar-no-mundo decadente e inautêntico, em que a pre-sença da angústia e do temor afasta o ser-aí do seu poder-ser mais próprio. Entretanto, ao tempo que se mostram conformados e até um tanto tolerantes com a situação, a fé apresenta-se como apoio para acreditarem na possibilidade de cura e os faz projetar-se para um existir genuinamente autêntico. Considerações finais: o álcool condiciona a rotina e afeta negativamente a autonomia, individualidade, as relações e saúde dos familiares. O entendimento do alcoolismo no âmbito familiar pode auxiliar na quebra de crenças, preconceitos e superação da negação do problema, possibilitando o desenvolvimento de um plano assistencial individualizado, com intervenções educativas e aconselhamentos, de forma a propiciar condições que resultem na reformulação do estilo de vida e resgate da cidadania do usuário e do familiar.