Os diagnósticos de enfermagem representam um instrumento para a uniformização da linguagem entre os enfermeiros e para a melhoria da qualidade da assistência e podem se aplicados a diferentes referenciais teóricos. A cirurgia cardíaca é realizada quando a probabilidade de uma vida útil é maior com o tratamento cirúrgico do que com o tratamento clínico. O presente estudo teve por objetivo identificar e comparar diagnósticos de enfermagem no período pós-operatório cardíaco. Pesquisa exploratória, transversal, realizada em um hospital especializado em cardiologia da cidade de Fortaleza-CE. A amostra do estudo foi composta por 98 pacientes. A coleta de dados foi realizada mediante a aplicação de um instrumento de coleta de dados, elaborado com base na taxonomia da NANDA-I, após assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. A análise estatística foi realizada por meio programa SPSS e a inferência diagnóstica foi realizada por uma enfermeira, segundo os critérios de Fehring. Após o levantamento da acurácia (medidas de sensibilidade e especificidade) dos indicadores clínicos, estabeleceu-se que valores acima de 80% indicariam que o indicador era sensível ou específico. O diagnóstico Desobstrução ineficaz de vias aérea esteve presente em 23.5% dos pacientes avaliados e suas características definidoras (CD) com as maiores freqüências foram “ruídos adventícios” (39.8%) e “vocalização dificultada” (36.7%). O fator relacionado (FR) mais freqüente foi “secreção retida” (19.4%). O diagnóstico Padrão respiratório ineficaz esteve presente em 23.5% dos pacientes, sendo a CD de maior frequência “alteração da profundidade respiratória” (69.4%), e os FR de maior frequência “fadiga dos músculos respiratórios” e “dor”, ambos com 20.4%. O diagnóstico Troca de gases prejudicada apareceu em 30.6% dos avaliados e suas CD de maior freqüência foram “gasometria anormal” (44.9%) e “respiração anormal” (40.8%). O FR com maior percentual foi “desequilíbrio na ventilação-perfusão” (29.6%). O estudo permitiu identificar os diagnósticos de enfermagem mais freqüentes no pós-operatório cardíaco e também analisar as características definidoras mais presentes. Ao conhecer o perfil diagnóstico de populações específicas, como a de pacientes submetidos a cirurgias cardíacas, o enfermeiro fica mais apto a reconhecer situações-chave, que indicam a ocorrência de determinados diagnósticos de enfermagem, o que possibilita um cuidado mais direcionado a tais situações clínicas.