Primeiros socorros constitui-se como um atendimento imediato dispensado à pessoa ferida e deve ser realizado por uma pessoa capacitada. Visto que os medicamentos administrados em Centros de Apoio Psicossocial (CAPS) podem causar efeitos adversos como convulsões, desmaios e paradas cardiorrespiratórias, torna-se imperativo a realização de capacitações em primeiros socorros nesses locais. Este relato de experiência narra a realização de uma oficina de primeiros socorros no CAPS II de Ilhéus-Ba. O objetivo foi capacitar os usuários do CAPS a prestar os primeiros socorros nos casos de desmaio, convulsão e parada cardiorrespiratória. As referências utilizadas seguem as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), o método empregado utilizou como marco teórico Paulo Freire, que diz: “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua própria produção ou a sua construção” (FREIRE, 2005, p. 47). Assim, foi feita análise qualitativa dos dados dos diários de campo dos acadêmicos de Enfermagem. A produção do conhecimento se deu no momento em que foram resgatadas as experiências que os usuários já haviam tido com esses acidentes e como eles prestaram ou viram sendo prestados os primeiros socorros, a partir dessa demanda e utilizando elementos do método de grupo focal, construiu-se coletivamente demonstrações sobre os comportamentos que deveriam ser executados ou evitados. Ao fim da oficina foi feito um registro das demonstrações em cartolinas que foram deixadas no CAPS para que partilhassem com outros e relembrassem os primeiros socorros sempre que necessário. Como resultado participaram 29 pacientes, cerca de 30% dos usuários ativos no CAPS, primeiramente foi exposto o tema desmaio, tendo enfoque no grande número desta ocorrência nos diversos cenários em que eles convivem. Em seguida abordou-se o tema convulsão, houve intenso interesse pelo assunto, visto que, muitos associam em seus domicílios o uso do álcool e medicação, fator que predispõe a convulsão. O terceiro e último momento abordou a temática reanimação cardiopulmonar. Todos demonstraram-se entusiasmados, pois, nunca tinham participado de um treinamento teórico/prático sobre primeiros socorros. Conclui-se que para haver mudanças é preciso diálogo, problematização, planejamento e novas táticas, que são estratégias para a promoção da saúde. Logo, o treinamento em primeiros socorros torna-se indispensável à prevenção de complicações e ao aumento da sobrevida.