As doenças ocupacionais dos profissionais de enfermagem é um fator importante a ser compreendido, uma vez que a carga emocional decorrente da relação paciente/enfermeiro, assim como as responsabilidades destinadas a estes profissionais, caracteriza a profissão como estressante. Partindo desse pressuposto conjuntamente com a idéia de que a psiquiatria é uma área bastante complexa devido ao ambiente, em especial as constantes crises e transtornos dos pacientes, é importante avaliar os riscos para o adoecimento dos profissionais desta área. Diante disso, este estudo objetivou evidenciar a relação entre o profissional de enfermagem em saúde mental e o seu ambiente de trabalho. Trata-se de um relato de experiência, ocorrido pela observação, durante as aulas práticas do módulo Processo de Saúde e Trabalho, através de visita a Clínica Psiquiátrica Nossa Senhora de Fátima, no município de Juazeiro-BA, em novembro de 2009. Nesse estabelecimento são assistidos pacientes psiquiátricos com várias transtornos mentais, acarretando em grande carga psíquica para os trabalhadores, que tem no desenvolvimento do cuidar, sentimentos ambíguos que vão do amor pela atividade desenvolvida ao medo, e ainda que como seres humanos lidam com seus sentimentos, emoções e que estão sujeitos a falha. Na observação do ambiente percebeu-se que, além do convívio com patologias psíquicas, o profissional de enfermagem se submete as condições de trabalho insatisfatórias, como a falta de recursos materiais e recursos humanos em número insuficiente para a demanda da instituição, gerando assim, uma sobrecarga ao trabalhador. Também foi observada a realização de atividades em ambiente físico pouco satisfatório, com presença de ruído, luminosidade e temperatura inadequados, bem como, a ausência de apoio emocional, por profissional especializado, a equipe de enfermagem. Com isso concluí-se que os trabalhadores encontram-se expostos a todas as cargas de forma intensa e específica, gerando um processo de desgaste físico e mental, necessitando assim da diminuição dos agentes estressores para uma melhor otimização da assistência de enfermagem; através da melhoria das condições de trabalho, bem como, da implantação de programas de apoio emocial a este trabalhador.