Os psicotrópicos são drogas utilizadas como um importante recurso terapêutico para o tratamento das psicopatologias, dentre eles podemos citar os ansiolíticos e os antidepressivos tricíclicos. Essas medicações muitas vezes são utilizadas de forma indiscriminada e o consumo indevido destes medicamentos representa um sério problema de saúde pública no Brasil, haja vista que estas causam diversos males, tais como a dependência química, síndrome de abstinência e distúrbios comportamentais. O objetivo desse trabalho foi de analisar o consumo de psicotrópicos por usuários de uma Unidade Básica de Saúde em Fortaleza-CE. Estudo retrospectivo e documental desenvolvido em uma Unidade Básica de Saúde de Fortaleza-Ceará. A coleta dos dados foi realizada no mês de julho de 2009 através de um levantamento sobre a dispensação de psicotrópicos pela farmácia da Unidade tomando como base os receituários médicos referentes ao período de janeiro a junho do mesmo ano. Os resultados foram organizados em quadros e analisados com base na literatura pertinente. Baseou-se na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde . No período de janeiro a junho de 2009, observou-se a liberação de 2.246 medicamentos psicotrópicos, dentre eles os mais utilizados foram os antidepressivos tricíclicos, em particular a Amitriptilina, com um total de 728 prescrições, sendo maio o mês de maior dispensação, com 184 receitas. A segunda classe de psicotrópicos mais recomendada foram os benzodiazepínicos, totalizando 434 liberações, destes, o Diazepam deteve 311 prescrições, sendo, portanto, a droga mais utilizada dentre os ansiolíticos. Nos meses de abril, maio e junho foram observados um consumo elevado da Amitriptilina e do Diazepam por mulheres, com 359 e 118 prescrições, respectivamente. A faixa etária dos usuários variou entre 30 e 60 anos, porém houve algumas receitas liberadas para jovens de 17 a 25 anos. Evidenciamos com esse trabalho que as mulheres são as principais consumidoras das medicações psicotrópicas e que o Diazepam e a Amitriptilina são as drogas mais comumente utilizadas. É indiscutível a importância destas medicações no tratamento dos distúrbios mentais, todavia é necessário o desenvolvimento de estratégias/ações para a redução do consumo das mesmas, visando a promoção da qualidade de vida e o uso racional destes medicamentos, uma vez que alguns transtornos psiquiátricos podem ser tratados com terapia não-medicamentosa.