As questões referentes à sexualidade ainda se encontram permeadas por preconceitos e mitos, frutos de uma construção histórica. Nesse contexto, cabe pensar em estratégias diferenciadas para se trabalhar estas questões com os adolescentes na perspectiva de favorecer a reflexão e do grupo nas decisões relativas a gênero e sexualidade nesta fase da vida. Diante dessa realidade o Programa de Educação pelo trabalho para a saúde - PET- SAÚDE da Faculdade de Enfermagem - FAEN/UERN busca discutir a temática sexualidade, visando à (re)construção de espaços de diálogo a partir de abordagens diferenciadas. Pretende-se apresentar e discutir o relato da oficina “João e Maria: o lúdico na discussão de gênero e da sexualidade”, proposta com o intuito de oportunizar, que os adolescentes refletissem e discutissem, a partir de atividades didáticas, os seus conhecimentos, sentimentos, atitudes e valores sobre sexualidade e gênero. A oficina foi organizada a partir de estudos sobre a temática e formas de abordagens criativas para as atividades. Após a prévia organização as atividades aconteceram para um grupo de aproximadamente 30 adolescentes, sendo realizada em dois turnos, com duração de 1 hora e 30 minutos cada. As dinâmicas utilizadas foram: Me toca aqui; Mentalização; Jogo das aparências; Por quê tanta diferença?, com o intuito de promover o conhecimento do grupo e discutir os temas mudanças físicas da adolescência, estereótipos e os papéis sexuais entre homens e mulheres na sociedade, respectivamente. A participação ativa, representada pelo empenho na realização das atividades propostas e nas discussões, possibilitou a percepção de que os adolescentes têm anseio por discussões referentes à temática. As expressões e palavras evidenciavam a escassez de debates referentes à sexualidade no meio escolar e familiar. Além de concepções de gênero trazidas a tona durante nas atividades, como a força masculina e a fragilidade feminina. Percebeu-se a grande aceitabilidade dos adolescentes em relação à proposta da oficina. Entendemos que esta, configura-se como uma alternativa diferenciada necessária quando se trabalha com essa faixa etária. Sendo assim, ao se trabalhar com o lúdico, abri-se espaço para a participação e exposição de experiências, sentimentos e desejos, possibilitando aproximação entre trabalhadores de saúde e adolescentes e o desenvolvimento de trabalho contínuo acerca dos mitos e tabus que permeiam a vida em sociedade.