Anais - 13º CBCENF
Resumo
Título:
O CUIDAR RIBEIRINHO: CRENDICES E PRÁTICAS POPULARES ADOTADAS NO CUIDADO À SAÚDE DA CRIANÇA
Relatoria:
CARLA LUCIANA QUEIROZ DA SILVA
Autores:
- KAREN MACLOREN GIBSON CUNHA
- Ana PAULA Oliveira Gonçalves
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Multiprofissionalidade e democracia
Tipo:
Monografia
Resumo:
INTRODUÇÃO: As práticas populares surgem como conseqüência da necessidade de se resolver os problemas diários e “pelo fato de darem certo se transformam em convicções, em crenças que são repassadas de um indivíduo para o outro e de uma geração para a outra” (KOCHER, 1997). Leininger (1985) discute a necessidade que a enfermagem tem de se envolver, conhecer e compreender os valores e as crenças culturais das pessoas/clientes para que o processo de cuidar se torne eficiente, pois reconhece a importância da cultura e sua influência sobre tudo aquilo que envolve os alvos e os provedores do cuidado de enfermagem. OBJETIVO: Descrever as principais crendices e práticas utilizadas pelos cuidadores de crianças. METODOLOGIA: Caracterizou-se como do tipo exploratório-descritiva com abordagem qualitativa, desenvolvida na Ilha do Combú em Belém/Pa ,com 19 cuidadores de crianças menores de 05 anos e que faziam parte de famílias cadastradas no Programa de Saúde da Família da comunidade pesquisada. RESULTADOS: Os resultados foram obtidos a partir das falas dos sujeitos, agrupados de acordo com a técnica de organização dos dados em categorias e subsidiados com a literatura acerca dessa temática. Foram relatadas práticas quanto aos cuidados com o coto umbilical como a utilização de andiroba; a cólica abdominal com a utilização, principalmente, dos chás; problemas respiratórios (tosse, gripe, asma), diarréia, soluço “tratado” na sua maioria com algodão embebido em leite no centro da testa; febre; além de rezas, orações e amuletos mágicos (figa, fita vermelha etc). Os cuidadores também foram indagados quanto à melhor alternativa (a popular ou a alopática?) e, a maioria respondeu que a medicina popular é mais eficaz por apresentar um efeito mais rápido. Relataram também que apresentam receio de informar aos profissionais de saúde quanto a utilização das práticas pois, estes acabam repudiando tais práticas. Informaram que tais práticas foram repassadas por gerações, a mãe, avó, bisavó. CONCLUSÃO: Através dos relatos das entrevistadas verifiquei que os saberes populares ainda sobrevivem apesar dos avanços científicos e da modernização, além de fortalecer os laços entre as pessoas e oferecerem respostas de cura, concretas aos problemas enfrentados. E, apresentam-se como primeira escolha no tratamento ou alivio de alguma patologia, antes mesmo da procura pela medicina alopática.