O presente artigo discute o surgimento da humanização em nossa sociedade pós-moderna e capitalista, onde há uma revisão de valores e atitudes. No contexto da saúde, temos o modo de produção da saúde focado na economia de recursos, na maior produtividade, na mecanização e na fragmentação do cuidado ao indivíduo. A nossa realidade, nas práticas de saúde ainda predomina o modelo biomédico, onde algumas vezes a relação profissional/paciente é impessoal, desprovida de vínculo e solidariedade, o que normalmente provoca no usuário um nível alto de insatisfação. Aprofundar uma reflexão sobre a importância da humanização na construção de compromissos éticos na prática do cuidado. Trata-se de um estudo descritivo-reflexivo, de abordagem qualitativa tomando como referencial uma revisão bibliográfica. A seleção dos artigos ocorreu nas bases de dados BDENF e SCIELO, utilizando-se como descritores: humanização na assistência e enfermagem. Foram encontradas 60 publicações das quais foram 29 selecionadas, utilizando como critérios de inclusão: artigos publicados no Brasil por enfermeiros, no período de 2006 a 2009, que abordassem a temática da humanização da assistência. Através da leitura dos resumos, seguido da leitura mais aprofundada, surgiram as seguintes categorias: construindo e/ou refazendo paradigmas, ética no cuidado, subjetividade e contradição entre o discurso e a prática. Esse processo nos permitiu refletir sobre alguns fatores que influenciam diretamente na assistência, dentre eles: a falta de recursos na saúde, a jornada de trabalho dos profissionais, ausência de políticas de educação permanente, a subjetividade no atendimento, as couraças e os paradigmas de implementação das políticas públicas de humanização. O termo humanização atualmente na saúde é na verdade uma reflexão sobre os princípios éticos que norteiam as práticas de saúde. Uma avaliação do profissional sobre ele mesmo, suas necessidades e uma reflexão sobre os valores, sentimentos e atitudes. Porém, o ser profissional/humano ainda tem alguns paradigmas a serem desmitificados e/ou superados para um a consolidação de um projeto de assistência que valorize cada ser como único e na sua integralidade.