INTRODUÇÃO: Lidar com vidas imprime a necessidade de lidar com a morte. Durante estágio extracurricular em um hospital de ensino do interior do Ceará, foi vivenciado todo o percurso de uma assistência que culminou na morte da cliente. Vive-se em uma sociedade negadora da morte; somos formados para salvar vidas, o que não anula a necessidade de lidar com a morte. Neste caso, a morte apresenta-se como um fracasso ao profissional treinado para impedi-la, fazendo com que a própria competência profissional passe a ser questionada, gerando, às vezes, a sensação de culpa. Contudo, a morte não pode ser desvinculada da vida, mas integrada a ela de forma a valorizá-la. OBJETIVO: Relatar a experiência de acadêmicos de Enfermagem sobre o processo de morte/morrer vivenciado durante estágio extracurricular na Santa Casa de Misericórdia de Sobral/CE. METODOLOGIA: Relato de experiência resultante de vivências de estágios. O acompanhamento da paciente se deu na primeira metade de janeiro de 2010. Cabe destacar que todos os princípios preconizados pela Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, no que concerne à eticidade de pesquisas com seres humanos, foram respeitados, seja durante a assistência prestada, ou agora nesse relato, além de está em conformidade com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). RESULTADOS: Durante um estágio extracurricular, houve o acompanhamento de uma paciente com quadro de sepse, estando em mau prognóstico. Prestaram-se, então, diversos cuidados com a mesma, de maneira a possibilitar o mínimo de conforto possível diante de tal situação. Em meio aos cuidados prestados, veio a reflexão do quanto é frágil a vida, e como lidar com a morte, que se concretizou. Os estudantes de enfermagem são treinados para desenvolver uma relação com o paciente, segundo modelos descritos em livros de enfermagem; aprendem que o cuidar ajuda a assegurar que a vida continue, uma vez que se propõe a evitar doenças, promover a saúde, curar ou ajudar os vulneráveis. Contudo, na prática profissional, a equipe de saúde deve fundamentar suas ações em uma concepção ampliada sobre o homem para proporcionar uma atenção integral, oferecendo um cuidado acolhedor, implicando também em reconhecer os pacientes em sua finitude. CONCLUSÃO: O contato com o processo de morte/morrer permitiu a compreensão do quanto é necessário a capacitação para lidar com ele, bem como da utilização de estratégias que fomentem um cuidado ético e digno para aquele que está a sua iminência.