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Anais - 13º CBCENF

Resumo

Título:
A INTERDISCURSIVIDADE NA PRÁTICA SOCIAL DO ENFERMEIRO NO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA
Relatoria:
MARIA ALRICELIA LOPES DE OLIVEIRA
Autores:
  • José Wicto Pereira Borges
  • Nádia Marques Gadelha Pinheiro
Modalidade:
Pôster
Área:
Autoridade, poder e cidadania
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: A análise interdiscursiva de um texto relaciona-se à identificação dos discursos articulados e da maneira como são articulados. A interdiscursividade é manifesta nas vozes dos(as) enfermeiros(as) no cotidiano do Programa de Saúde da Família (PSF). Objetivo: Investigar os aspectos semióticos da prática social do/a enfermeiro(a) no PSF no gênero consulta e identificar como se relacionam interdiscursivamente os modos agir, representar e identificar-se. Metodologia: Trata-se de um estudo de campo, exploratório-descritivo, com enfoque qualitativo onde se desenvolveu uma observação participante em um PSF de Fortaleza–CE. A análise dos dados se deu através da Análise Critica do Discurso. Resultados: A investigação aponta as seguintes questões, quanto ao modo de agir: a representação do poder assimétrico do(a) enfermeiro(a) identifica-se no estilo semiótico de alto poder simbólico: a bata branca, o estetoscópio, a máscara, o birô médico e o controle interacional com o paciente características que o/a legitima como sábio. A maneira de representar está na ordem do discurso prática biomédica da saúde, consolidada no modelo medicalizado da prática idealizada da clínica farmacológica que privilegia a intervenção medicamentosa no binômio saúde-doença. Desse modo o/a enfermeiro(a) identifica-se na figura de um agente social que participa assujeitadamente da rede social do PSF que não consegue atuar de forma holística na atenção primária à saúde, centrando sua práxis na intervenção curativista biomédica. Considerações Finais: A consulta de enfermagem é um Gênero discursivo organizado dentro das fases definidas da argumentação para ações estratégicas em termos de suas especialidades e finalidades. Por meio da conversação, interação, as ações estratégicas no contexto da consulta procuram reforçar e legitimar ideologias do poder assimétrico que reforça a fragilidade do vínculo ralacional e terapêutico do paciente, numa práxis dominante do discurso da saúde medicalizada que não dialoga com as experiências e saberes locais dos pacientes no âmbito da cultura. No discurso médico e farmacológico está imerso a rede social que dá sustentabilidade a esse poder, a ideologia da ciência como uma prática superior que desqualifica a trajetória cultural e antropológica dos pacientes.