A Saúde Mental é um equilíbrio dinâmico que resulta da interação do indivíduo com o seu meio interno e externo, as suas características orgânicas e os seus antecedentes pessoais e familiares, que obteve êxito a partir da Reforma Psiquiátrica. Essa reforma compreende um conjunto de transformações de práticas, saberes, valores culturais e sociais que exclui o paradigma asilar/hegemônico passando a realizar um cuidado mais integral baseado na reinserção social. Assim, as ações de Saúde Mental na atenção primária devem ser trabalhadas com a articulação da rede de cuidados, desde dos dispositvos de um bairro como uma escola, uma igreja, uma Unidade Básica de Saúde (UBS) até os dispositivos que abrange toda a cidade como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), hospitais, dentre outros. Atualmente essa política tem como ideário a reinserção social e familiar das pessoas em sofrimento psíquico e a reabilitação psicossocial, baseando-se no cuidado integral, garantindo assim, sua cidadania. O presente estudo apresentou como objetivo geral o desenvolvimento de práticas alternativas que visem orientar os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e professores da rede pública, sobre como detectar e para onde encaminhar os portadores de transtorno mental e dependentes de substâncias psicoativas. Trata-se de um projeto de extensão realizado no período de março de 2009 a março de 2010, vinculado ao Programa de Educação pelo Trabalho para à Saúde (PET-SAÚDE). Esse projeto foi desenvolvido em uma UBS e uma escola pública da cidade de Petrolina-PE, os sujeitos foram ACS e professores da rede pública por estarem sempre em contato com a população. Foram realizadas oficinas e capacitações, através da Educação em Saúde, com dinâmicas grupais que permitiram reflexões e discussões acerca da temática. Dentre os desafios encontrados, destacaram-se: a falta de conhecimento da população em relação a temática Saúde Mental; rede que assiste a demanda de Saúde Mental em processo ainda de articulação; o ideário dos funcionários da UBS que consideram a Saúde Mental como algo a parte do sistema público de saúde. Nos primeiros encontros grande parte do público-alvo ainda tinham uma idéia centrada de doença não tratável para os portadores de transtorno mental e de exclusão para aqueles dependentes químicos, mas no decorrer das oficinas essas opiniões foram desmistificadas. Assim, estabelecemos que o portador de transtorno mental pode e deve ser inserido na sociedade, na profissão e na vida.