INTRODUÇÃO: No Brasil, o sistema de saúde a partir da década de 1980 enfatiza os princípios da universalização e integralidade da assistência. Entretanto, mesmo 22 anos após sua implantação ainda se encontra num grau precário de organização no que diz respeito à garantia da continuidade da assistência, o que o leva a conviver com avaliações negativas sobre o acesso e as condições indignas do atendimento efetuado pela rede de serviços de saúde. A articulação entre os níveis de atenção é definida como sistema de referência e contrarreferência, sendo a referência compreendida como o trânsito do usuário de um nível menor para um nível maior de complexidade. O caminho inverso é tido como a contrarreferência. OBJETIVO: Discutir os aspectos teóricos e relatar como vem se dando o sistema de referência e contrarreferência a partir de experiências vivenciadas no serviço. METODOLOGIA: O relato de experiência foi realizado a partir de observações assistemáticas realizadas nos serviços básicos por ocasião de estágios curriculares.RESULTADOS: No município de Campina Grande-PB existe a Central de Marcação de Consultas e Exames responsável por agendar eletronicamente as demandas advindas das unidades básicas de saúde. Além disso, há um modelo de fichas preconizado para este sistema. Embora isto seja um avanço, na prática, apresenta muitas inadequações como o não preenchimento da ficha de referencia pelos profissionais da atenção básica; a demora no acesso dos usuários aos serviços de média e alta complexidade, tanto para exames quanto para consultas, e quando conseguem observa-se o não preenchimento da ficha de contrarreferência com retorno das informações relativas ao ocorrido com o usuário. Se estas informações chegam nem sempre são registradas no prontuário. CONCLUSÕES: O sistema de referência e contrarreferência em Campina Grande precisa ser reorientado. Este estudo também aponta para a necessidade de estudo da demanda e da oferta para melhor organização dos serviços.