Nas últimas décadas, consolidou-se um imaginário que projetou o espaço urbano como único caminho do desenvolvimento, do sucesso econômico e profissional. Por muito tempo, a visão que prevaleceu na sociedade, continuamente majoritária em muitos setores é a que considera o campo como lugar atrasado. Diante desse cenário, a Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte FAEN/UERN, encontra-se comprometida com a qualificação da força de trabalho em enfermagem, não só sob o ponto de vista técnico, mas também político, crítico e reflexivo, nos diversos níveis de ensino, desta forma a FAEN se propôs a executar o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária – PRONERA, Enfermagem no campo: Um desafio de inclusão social e exercício da cidadania, com o objetivo de formar trabalhadores de enfermagem do nível médio com qualificação em Técnico de Enfermagem. Esse trabalho objetiva demonstrar a importância da formação de profissionais da saúde, não só tecnicamente, mas também comprometidos com a transformação da realidade vivenciada nos assentamentos rurais, assim como a possibilidade de utilizar essa formação como instrumento de transformação e de inclusão social, favorecendo a construção de ferramentas por meio do acesso ao conhecimento para que, possam transformar a realidade da qual fazem parte. Tendo como estratégia metodológica a realização de atividades de campo, partindo de uma dada realidade, onde os discentes tiveram a oportunidade de fazer um paralelo entre teoria e prática, no intuito de otimizar a construção do conhecimento, a partir do olhar sobre o ambiente designado como cenário de práticas, além de aulas dialogadas e atividades em sala de aula. Neste sentido, trabalha-se na perspectiva da pedagogia problematizadora com o intuito de provocar reflexões, para que estes sintam-se co-participes do processo de ensino-aprendizagem e agentes de transformação da realidade-alvo da intervenção em questão. Diante disso, ficou notório que o compartilhamento de saberes e experiências, geram a necessidade de ampliação dos olhares dos profissionais de saúde diante da possibilidade de irem além do fazer-técnico. Portanto, Enfermagem no campo é considerada um instrumento de inclusão social, uma vez que prima pela articulação ensino-serviço capazes de impactar na formação de trabalhadores comprometidos com a cidadania, com respeito ético, com a transformação social e com os princípios do Sistema Único de Saúde – SUS.