INTRODUÇÃO: Este estudo nasceu por ocasião da prática, quando observamos empiricamente que no dia a dia chegavam mulheres queixando-se de aborto espontâneo, mas ao exame obstétrico encontrava na vagina das mulheres, restos de medicamento utilizado para praticar o aborto. Ao buscar a literatura, encontramos Grimes et al, 2006 apud Correa, Tura e Bursztyn (2009) afirmando que ocorrem no mundo todos os anos, cerca de 19 a 20 milhões de procedimentos inseguros em relação ao aborto e 97% são praticados clandestinamente em países desenvolvidos, pondo em perigo a vida da mulher; Referem ainda que numa população de 373 mulheres, 144 abortaram e destas 82 foram abortos provocados, correspondente a 51 mulheres estudadas, (13%). As complicações sofridas foram: hemorragias, infecção, concomitante ou não, e abortamento incompleto. OBJETIVO: Identificar os fatores que motivaram mulheres a praticar o aborto e qual a repercussão dessa decisão para ela e parceiro. METODOLOGIA: A metodologia escolhida foi bibliográfica, procedeu-se então, uma revisão da literatura virtual, nacional identificando-se estudos publicados no site scielo durante o período de 2005 a 2010. Utilizamos os unitermos "aborto", "aborto induzido", "aborto ilegal", "aborto inseguro", aborto provocado para encontrarmos as referências para compor este estudo. Foram excluídas as referências que estavam relacionadas aos casos de abortos previstos em lei, ou à interrupção da gravidez de fetos anencefalos e os que estavam fora do período da pesquisa, além dos artigos que tratavam do debate jurídico e político sobre o aborto no país. No que tange à tipologia da pesquisa, isto é, segundo a utilização dos resultados é pura, visto ser realizada com a finalidade de aumentar o conhecimento do pesquisador para uma nova tomada de posição. RESULTADOS: os dados revelaram que a ilegalidade no Brasil, é um dos fatores preditores para a pratica do aborto, além dos sócios econômicos, erro na utilização dos métodos contraceptivos. CONCLUSÃO: Os dados nos levam a inferir que o aborto é um problema de Saúde Pública de grande relevância à medida que é praticado amplamente pelas mulheres na clandestinidade com meios inseguros e profissionais não qualificados. Dentre os fatores que levam as mulheres a praticar o aborto, os mais relevantes são: a não legalização do aborto, problemas de ordem econômicos e a falta de apoio do parceiro.