A história da hanseníase é marcada por sofrimento, preconceito e um profundo estigma social para com os doentes, apesar de todos os avanços técnico-científicos já alcançados. O alto poder incapacitante ainda atormenta as pessoas que recebem diagnóstico dessa doença. O objetivo deste trabalho é compreender os fatos históricos que levaram a hanseníase a representar impacto na vida dos acometidos por essa doença. Para tanto, realizou-se um levantamento exploratório retrospectivo de artigos científicos nos bancos de dados digitais: Scielo, Medline e Lilacs, além de estudo em livros sobre a temática. No decorrer dos tempos, diferentes déias e conceitos a respeito da doença foram construídos e atravessaram séculos. E, toda essa carga histórica reforça o preconceito sofrido pelos hansenianos. Inicialmente, na Idade Média, por se tratar de uma doença infectocontagiosa, a principal medida de controle consistia na implantação do isolamento dos doentes nos leprosários, afastando-os de suas famílias. Algumas mudanças foram importantes para combater o estigma a ela associado, como: mudança do nome da doença, de lepra para hanseníase, adotado pelo Ministério da Saúde; a descoberta da sulfona; eliminação do isolamento compulsório; a formulação da política de Controle Nacional contra Lepra; e o tratamento ambulatorial à base de poliquimioterapia. Ao analisar as repercussões que a hanseníase acarreta, percebe-se que a doença não é apenas um problema de ordem física: reflete na autoestima, nos relacionamentos e sentimentos. Esses aspectos também interferem no próprio prognóstico da doença, levando esses pacientes a desistirem do tratamento, a ocultarem o diagnóstico, e até causar desordem mental, em virtude do impacto emocional intenso e negativo.