A Hanseníase configura-se como um problema de saúde pública, apesar de todos os esforços para sua eliminação. Uma das propostas de atingir as metas de erradicação é de controlar os contatos intradomiciliares, que são as pessoas que residem na mesma casa ou que tenham um convívio contínuo e prolongado com o doente. Nesse sentido, este estudo tem como objetivo conhecer o perfil socioeconômico dos contatos de portadores da doença em uma Unidade de Saúde da Família de Petrolina-PE. Trata-se de um estudo transversal de caráter descritivo e exploratório, com abordagem quantitativa. A amostra da pesquisa foi composta por 23 contatos intradomiciliares, maiores de 18 anos. A coleta de dados se fez através da análise dos prontuários dos portadores de Hanseníase e de entrevista semi-estruturada, direcionada aos comunicantes. Além disso, foi realizada a consulta de enfermagem com exames dermatoneurológico e verificação da situação vacinal da BCG, onde foram identificados casos suspeitos, agendados e encaminhados à Unidade de Saúde. A análise dos resultados demonstrou que a idade dos contatos variou entre 18 e 74 anos, concentrando a maior freqüência entre 18 a 60 anos (91%); quanto ao sexo, prevaleceu o feminino (61%) sobre o masculino (39%); o nível de escolaridade foi heterogêneo, prevalecendo o ensino fundamental incompleto (30%) e não alfabetizado (30%); em relação à renda familiar, 48% dos contatos estudados apresenta renda familiar igual a 1 (Um) salário mínimo e 39% da amostra possui renda inferior a 1 (Um) salário mínimo. Em relação ao tempo de residência ou convívio com o portador de Hanseníase, esta varia de 1 a 40 anos, demonstrando um convívio íntimo com os contatos, e assim, aumentando o tempo de exposição e de probabilidade à contaminação. A ocupação principal referida pelos comunicantes foi caracterizada pelo trabalho no próprio domicílio (40%). É relevante salientar ainda como resultados do estudo a detecção de 4 ( Quatro) casos suspeitos da doença, sendo os indivíduos encaminhados ao atendimento médico para confirmação do diagnóstico e início do tratamento. Infere-se que o desenvolvimento desse estudo contribuiu para solidificar a importância dos fatores sociais na dinâmica da doença e ainda a grande atenção que deve ser dada aos contatos intradomiciliares dos portadores de hanseníase, como uma medida eficaz no combate a disseminação da doença e a prevenção das incapacidades e limitações biopsicossociais.